| Resumo |
O presente projeto de pesquisa de mestrado intitulado ‘Saberes e práticas de professoras e professores em uma escola quilombola’ surge por meio do entrecruzamento da minha trajetória pessoal, social e acadêmica. A proposta de pesquisa parte da realidade enfrentada por professoras quilombolas pertencentes à comunidade quilombola Córrego do Meio, Distrito de Airões, município de Paula Cândido–MG, com o acesso e a permanência via acesso de política pública dentro da Escola Estadual José Maurílio Valente. O território da comunidade quilombola recebeu a certificação no ano de 2014 e a escola recebeu sua classificação como quilombola no ano de 2017. Porém, apenas no ano de 2022 houve a entrada significativa de professoras quilombolas, cinco anos após a classificação. Em meio às crescentes discussões, a implementação de políticas públicas de acesso e permanência de professoras e profissionais quilombolas dentro da escola do território, a construção da educação escolar quilombola, a atuação docente, houve a preocupação com o currículo, a formação de identidade dos sujeitos quilombolas e o diário enfrentamento do racismo. Neste sentido, o problema desta pesquisa se baseia nas seguintes indagações: Como a educação escolar quilombola está sendo construída na Escola Estadual José Maurílio Valente e dialoga com a proposta de educação antirracista? Quem são essas professoras e professores que atuam na escola quilombola? Como os saberes e práticas docentes desses profissionais se relacionam com os saberes quilombolas da comunidade atendida pela escola? A relevância desta pesquisa consiste em aprofundar os saberes e as práticas pedagógicas quilombolas presentes nas escolas quilombolas. Como objetivos pretende-se compreender e analisar como os saberes e as práticas de professoras que atuam em uma escola quilombola dialogam com os saberes quilombolas. Metodologicamente, a pesquisa se dará de modo qualitativo mediante a realização de entrevistas junto às professoras da referida escola e rodas de conversas com as mesmas, de modo a fomentar o diálogo acerca das especificidades da educação escolar quilombola. Espera-se que o fruto desse trabalho possa enriquecer a literatura sobre educação antirracista e contribuir para a formação docente, com práticas pedagógicas que poderão subsidiar o trabalho em outras escolas e espaços educativos quilombolas, mais justos, contextualizados e inclusivos. |