| Resumo |
Introdução: O diabetes mellitus tipo 2 é uma das doenças crônicas mais prevalentes no mundo e gera impactos negativos sobre a qualidade de vida no envelhecimento. A elevada prevalência de diabetes, especialmente entre pessoas idosas, representa um importante desafio para a saúde pública. Dessa forma, conhecer os comportamentos em saúde torna-se essencial para o planejamento de estratégias que promovam a prevenção, o adequado controle e o cuidado mais efetivo dessa condição. Objetivo: Avaliar comportamentos em saúde de pessoas idosas brasileiras que vivem com diabetes. Metodologia: Trata-se de estudo transversal a partir dos dados da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), 2015 e 2016, com amostra composta por 9.412 indivíduos, não institucionalizados, com idade ≥ 50 anos. Os comportamentos em saúde foram avaliados por meio das respostas às perguntas “Atualmente, por causa do diabetes, o(a) Sr(a) faz dieta?” e “Atualmente, por causa do diabetes, o(a) Sr(a) pratica atividade física?”. Realizou-se análise descritiva das variáveis de interesse. Para comparar as prevalências dos comportamentos em saúde de acordo com o sexo e a faixa etária, foi utilizada a regressão de Poisson com variância robusta, sendo adotado nível de significância de 5%. As análises foram feitas no software Stata/SE, versão 14.0, utilizando o comando svy, para considerar a complexidade do desenho amostral e o peso dos indivíduos. Resultados: Foram incluídas 1.032 pessoas idosas com diabetes (60 anos ou mais), com média de idade de 70,3 anos (IC95% 69,5 - 70,6), sendo a maioria mulheres (58,9%; n=608). A maioria relatou fazer dieta atualmente por causa do diabetes (69,7%; n=720) e 29,3% (n = 302) informaram praticar atividade física devido ao diabetes 29,3% (n=302). A prevalência de realização de dieta foi 14% maior entre as mulheres em comparação aos homens (RP=1,14; IC95% 1,02 - 1,28). Já a prevalência de prática de atividade física foi 53,0% menor naqueles com idade ≥ 80 anos comparados aos indivíduos com 60 a 79 anos (RP=0,47; IC95% 0,29 - 0,77). Não foi encontrada diferenças na prevalência de realização de dieta entre as faixas etárias (RP=1,01; IC95% 0,89 - 1,15), bem como na prática de atividade entre os sexos (RP=0,86; IC95% 0,71 - 1,04). Conclusões: Pessoas idosas do sexo masculino devem ser incentivadas à aderirem uma dieta adequada para o controle da doença. Além disso, a prática de atividade física deve ser especialmente incentivada entre longevos com diabetes. Esses comportamentos são essenciais para o controle glicêmico e para a prevenção de complicações do diabetes a longo prazo, como doenças cardiovasculares e nefropatias, que aumentam a morbimortalidade associada a essa condição. |