| Resumo |
INTRODUÇÃO: A vacinação infantil é essencial para prevenir doenças, hospitalizações e mortes evitáveis. No entanto, o Brasil tem enfrentado quedas nas taxas de cobertura vacinal (CV), refletindo desigualdades regionais, hesitação vacinal e falhas no acesso. A análise de dados locais é fundamental para orientar ações mais eficazes. Nessa perspectiva, torna-se necessário avaliar se a microrregião de Viçosa, no estado de Minas Gerais, acompanha as tendências de cobertura vacinal estaduais e nacionais ou apresenta desvios relevantes. OBJETIVOS: Este estudo busca analisar a CV na microrregião de Viçosa, comparando-a com os indicadores de Minas Gerais e do Brasil, a fim de contribuir com as políticas regionalizadas de imunização. METODOLOGIA: Estudo ecológico, quantitativo, com dados do SI-PNI/DATASUS (Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações desenvolvido pelo Departamento de Informática do SUS), no período 2014–2022, envolvendo cinco imunizantes em crianças menores de um ano, a saber: tríplice viral, poliomielite, pentavalente, hepatite B e dTpa para gestante. As análises abrangeram a microrregião de Viçosa, Minas Gerais e o Brasil. Os dados foram organizados no SPSS (v.27.0) e os gráficos elaborados com auxílio da linguagem Python. RESULTADOS: Observou-se queda expressiva nas coberturas vacinais da microrregião de Viçosa a partir de 2019, com os valores mais baixos entre 2020 e 2021. Em 2022, houve recuperação parcial, ainda aquém da meta preconizada pelo PNI. A tríplice viral (1ª dose) caiu para cerca de 70% em 2021, mas apresentou recuperação em 2022, atingindo 88%, desempenho superior aos índices de Minas Gerais e do Brasil. As vacinas contra poliomielite e pentavalente seguiram padrão semelhante, com coberturas próximas a 65% em 2020 e recuperação modesta em 2022 (atingindo cerca de 80%), permanecendo abaixo dos 95% recomendados. A cobertura da hepatite B aplicada até 30 dias apresentou queda significativa, atingindo 55% em 2021 e subindo discretamente em 2022 (chegando ao patamar de 62%), com comportamento semelhante ao observado nos outros recortes geográficos. Já a dTpa em gestantes demonstrou melhor desempenho, pois após redução no período da pandemia, a cobertura vacinal da microrregião atingiu 85% em 2022, superando os percentuais de Minas Gerais e do Brasil. CONCLUSÕES: A microrregião de Viçosa seguiu a tendência de queda verificada em Minas Gerais e no país, mas exibiu melhor recuperação após a pandemia, sobretudo para tríplice viral e dTpa para gestante. As baixas coberturas de Hepatite B neonatal indicam falhas logísticas no início da vida. Os achados reforçam a importância de estratégias locais e vigilância contínua para garantir a equidade e restabelecer coberturas ideais na vacinação infantil. |