Das Montanhas de Minas ao Oceano: Os Caminhos da Ciência para um Futuro Sustentável

20 a 25 de outubro de 2025

Trabalho 20613

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Ensino
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Dimensões Sociais: ODS4
Setor Departamento de Educação
Bolsa PET
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro FNDE, Outros
Primeiro autor Analice Toledo do Nascimento
Orientador MAISA APARECIDA DE OLIVEIRA
Outros membros Daniele Jacob Rodrigues, Paula Milena Neves Ferreira
Título Programa de Educação Tutorial: oficina de debate sobre o filme “Que horas ela volta?”
Resumo O Programa de Educação Tutorial Educação: Conexões de Saberes (PET/EDU) realizou um debate com base no filme “Que horas ela volta?” (2015), dirigido por Anna Muylaert. O filme, reconhecido por sua crítica social, retrata as desigualdades estruturais presentes na sociedade brasileira, por meio da trajetória de Val, uma empregada doméstica nordestina que trabalha e reside na casa de uma família de classe média alta na cidade de São Paulo. A chegada da filha de Val, a Jéssica, que se muda para a capital paulista para prestar vestibular, provoca tensões na rotina do lar, colocando em risco as hierarquias da casa. O incômodo da família paulista diante da presença de Jéssica, expõe o desconforto daqueles que percebem seus privilégios ameaçados. A personagem protagonista Val, vivencia ao longo da narrativa diversas formas de violência simbólica, descrita por Pierre Bourdieu como uma forma de opressão sutil, que atua por meio de normas e práticas cotidianas internalizadas, naturalizando as desigualdades e reafirmando estruturas históricas de dominação. Nesse sentido, o objetivo principal do debate foi oferecer aos participantes um espaço de reflexão crítica sobre questões centrais abordadas no enredo do filme, tais como os conflitos intergeracionais, a vivência da maternidade por mulheres em situação de vulnerabilidade social, as relações de poder atravessadas por gênero e classe, e, sobretudo, a persistente desigualdade social no Brasil. Para auxiliar a discussão, foram selecionadas cenas emblemáticas da obra, como o momento da chegada de Jéssica à casa dos patrões de sua mãe, a cena em que Val é excluída da mesa de café da manhã e a marcante cena em que Val, em um gesto simbólico de liberdade, entra na piscina dos "patrões". Durante a exibição, as cenas eram pausadas estrategicamente, permitindo que os participantes da oficina relacionassem as cenas do filme às questões sociais concretas. Dessa forma, esse formato favoreceu um debate dinâmico e participativo, aberto ao público universitário, que estimulou reflexões sobre temas como mobilidade social, pertencimento, limites da servidão contemporânea e as sutis formas de manutenção das desigualdades no cotidiano. A oficina de debate sobre o filme “Que horas ela volta?” foi uma oportunidade de análise crítica sobre as estruturas sociais que sustentam a desigualdade no Brasil, especificamente, sobre os desafios das camadas populares de ingressarem na Educação Superior. A oficina provocou reflexões acerca das relações de poder, da condição da mulher pobre e nordestina, e dos limites impostos pela hierarquização social ainda vigente. Assim, o formato adotado, com pausas e discussão coletiva, permitiu que os participantes não apenas interpretassem o enredo, mas também relacionassem suas experiências e percepções à realidade social.
Palavras-chave estratégias de ensino, desigualdade social, análise fílmica.
Forma de apresentação..... Vídeo
Link para apresentação Vídeo
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