Das Montanhas de Minas ao Oceano: Os Caminhos da Ciência para um Futuro Sustentável

20 a 25 de outubro de 2025

Trabalho 20607

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Dimensões Sociais: ODS4
Setor Departamento de Letras
Bolsa FAPEMIG
Conclusão de bolsa Sim
Primeiro autor Rafaella Leal Câncio
Orientador APARECIDA DE ARAUJO OLIVEIRA
Título Análise de estratégias de tradução de eventos de movimento com base em corpus paralelo
Resumo O presente trabalho de pesquisa teve como objetivo analisar e comparar estratégias de tradução de eventos de movimento do inglês, tendo como línguas alvo o português brasileiro (PB) e o europeu (PE). Com base na Tipologia do Movimento proposta por Talmy (1991, 2000), um evento de movimento possui como elementos constitutivos principais o Movimento, a Figura que se move, o Trajeto percorrido (direção) e o Fundo (a fonte, o percurso e o alvo). Além desses, um componente secundário importante é a Maneira como o movimento ocorre (ritmo, veículo, grau de dificuldade etc.). E as línguas codificam esses componentes semânticos em classes gramaticais diferentes, segundo dois modelos de lexicalização. De acordo com a Hipótese Pensar para Traduzir, de Slobin (1987, 2004), essas diferenças têm impacto na tradução se a língua fonte e a língua alvo forem de tipos diferentes, como é o caso do inglês e do português. Uma diferença observada na literatura é a supressão da maneira do movimento por falantes de línguas neolatinas. Esta pesquisa visou identificar esses impactos analisando as estratégias tradutórias de cenas de movimento do romance original em inglês Therapy (Lodge, 1995) para as duas variedades de português, de modo a verificar potenciais diferenças dentro de uma mesma língua alvo. E, ainda, buscou verificar a qual padrão de lexicalização cada tradutor se ateve: se ao padrão do inglês ou do português. Os dados foram coletados do corpus paralelo Compara (Frankenberg-Garcia, 2003), gerando 77 amostras viáveis de cenas de movimento em cada versão do texto. Como método de análise, centrou-se na tradução dos componentes semânticos Trajeto e Maneira, levando em conta a classe gramatical empregada (no verbo ou fora do verbo) e a manutenção ou ausência de algum componente. Com isso também foi possível observar o padrão de lexicalização preferido pelos tradutores. A estratégia observada com mais frequência em ambas as traduções foi a codificação do Trajeto no verbo (61 para PE/ 59 para o PB), em consonância com a tipologia do português como língua de moldura verbal. A omissão da Maneira do movimento se deu 8x no PE e 6x no PB e foi expressa fora do núcleo do predicado 13x no PE e 7x no PB. O reflexo disso foi uma maior frequência de usos de verbos de maneira no PB (21) que no PE (15). Foram identificadas, ainda, duas estratégias inéditas de tradução da Maneira: a adição de informação de Maneira e a substituição de um verbo de Maneira por um verbo de Maneira e Trajeto. Os resultados reforçam a relevância das diferenças tipológicas nas decisões tradutórias e destacam a necessidade de atenção às estruturas cognitivas ao traduzir eventos de movimento entre línguas tipologicamente distintas. Embora a amostragem não tenha permitido confirmar uma diferença diatópica definitiva, apontou uma tendência maior à manutenção do padrão de lexicalização do inglês na tradução para o PB.
Palavras-chave Tradução, expressão do movimento, diferenças tipológicas
Forma de apresentação..... Vídeo
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