| Resumo |
A depressão é mais do que tristeza é um transtorno que afeta o humor, o sono, o apetite e até a vontade de viver. No Brasil, atinge em torno de 15% das pessoas, sendo ainda mais invisível em áreas rurais, onde faltam serviços de saúde. Além disso, alimentação não saudável e a depressão costumam andar juntas, criando um ciclo que prejudica o corpo e a mente. Portanto este trabalho teve como objetivo associar depressão autorrelatada com a situação de insegurança alimentar e estado nutricional em agricultores familiares. Estudo transversal, realizado com agricultores e agricultoras familiares da Região Geográfica Imediata de Viçosa, composta por nove municípios que desejaram participar. Foi incluído no estudo adultos (20 a 59 anos), um indivíduo por domicilio, que desejaram participar, mediante sorteio em lista da empresa de assistência técnica e extensão rural e assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido. Aplicou-se um questionário semiestruturado com um agricultor(a) por telefone, sendo as informações de peso, estatura e depressão autorrelatadas. Avaliou-se assim o Índice de Massa Corporal (IMC). A Escala Brasileira de Insegurança Alimentar foi avaliada, e estratificação segundo grau de segurança alimentar, insegurança alimentar leve, moderada e grave. Descreveu-se as variáveis segundo frequência para análise e estratificou-se segundo presença de depressão e não depressão. Foram avaliados 459 agricultores familiares, destes 52,3% (n=240) são do sexo masculino, com média de idade de 43,6 (±9,5) anos. Segundo o estado nutricional apresentaram baixo peso 0,7% (n=3), eutrofia 44,6% (n=204), sobrepeso 35,4% (n=162) e obesidade 19,3% (n=88). Segundo a classificação da EBIA, 54,2% (n=249) tem segurança alimentar e os demais insegurança alimentar. Autorrelataram depressão 11,1% (n=51), destes 89,4% (n=41) são do sexo feminino, o excesso de peso esteve presente em 56,9% das pessoas que relaram ter depressão e 31,4% tinham obesidade, já para os que relataram não ter depressão 54,0% tem excesso de peso e 17,4% obesidade. A insegurança este mais presente naquelas pessoas que autorrelataram depressão 49,0% e não tem depressão 45,9%, a insegurança alimentar leve 35,3% (n=18), moderada 29,4% (n=15) e 1,9%(n= 1), já os que não tem 40,0% (n=163), 1,5% (n= 6) e 1,9%( n=8), respectivamente. Como conclusões é possível, verificar que a depressão atingiu especialmente mulheres, e esteve ligada à insegurança alimentar e ao excesso de peso, em especial a obesidade. Com isso destaca a necessidade de ações que integrem saúde mental e nutricional no meio rural. Agradecimento: FAPEMIG. |