| Resumo |
O café é um dos produtos mais consumidos globalmente. No entanto, a produção de café tem levado a impactos na funcionalidade do solo em função das fortes adubações. Dentre os componentes vivos do solo que podem ser impactos são os fungos micorrízicos arbusculares (FMA). A presença desses simbiontes associada a raízes de plantas de café são conhecidos, porém, os efeitos das práticas de manejo, tais como adubação via composto orgânico ainda são pouco relatadas, bem como o efeito das fases fenológicas do café sobre esses microrganismos. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar o efeito dos diferentes sistemas de manejo bem como das diferentes fases fenológicas de produção do café sobre os FMA. As amostras de raízes e solo foram provenientes de duas áreas produtoras de café, sendo a primeira de plantio convencional e a segunda utiliza composto orgânico proveniente da cama de frango. Em cada propriedade foram coletadas dez amostras compostas de raízes e solos, sendo cada amostra composta proveniente de cinco pontos, numa profundidade de 0 – 10 cm. As coletas foram realizadas considerando os quatro períodos de produção do café: floração, granação, colheita e Pós-colheita do café. Após a coleta, as amostras de raízes e solos foram enviadas para o laboratório, sendo as raízes diafanizadas e coradas com azul de tripam, e posteriormente foi determinado o percentual de colonização micorrízica utilizando-se o método da lâmina comum. Enquanto que o número de glomerosporos foi determinado pela técnica peneiramento úmido e centrifugação usando sacarose. O café adubado organicamente apresenta o maior percentual de colonização no período de Pós-colheita (p-valor = 0,0072). Por outro lado, no sistema convencional a granação obteve maior colonização. Enquanto que no sistema orgânico não constatou-se nenhuma diferença significativa, quanto a colonização nas diferentes fases fenológicas. Maior esporulação foi encontrada na fase de granação no sistema orgânico. Assim, conclui-se que as fases fenológicas exercem influência direta sobre a simbiose micorrízica, e que o manejo orgânico proporciona maior consistência na colonização, ainda que o impacto do tipo de adubação tenha sido menos expressivo que o do estágio fenológico. Agradecimentos: Fazenda Casa Nova, CAPES, Fapemig e CNPq. |