| Resumo |
Segundo a teoria gerativista de Chomsky (1986), a criança já nasce com a capacidade de aquisição da linguagem, tendo algumas características de línguas naturais, como rapidez, estágios, universalidade e uniformidade (Grolla e Silva, 2006) porém para ativar essa capacidade é necessário o input linguístico. Já a aprendizagem é um processo ocasionado de maneira mais consciente e não natural, geralmente em ambientes escolares (Figueiredo 1995, Eckert e Frosi, 2015), É nesse sentido que a presente pesquisa se enquadra, no âmbito da educação dos surdos a qual está dividida em uma perspectiva bilingue e outra inclusiva. A escola inclusiva é o sistema mais utilizado atualmente no Brasil, em que os surdos são frequentemente forçados a aprender o português como se fosse sua primeira língua, ou seja, uma aquisição, o que impacta negativamente seu desenvolvimento linguístico (Quadros, 2017). Por outro lado, a escola bilingue respeita a Libras como primeira língua e ensina o português como segunda. Portanto, como um suporte às escolas bilíngues, o presente trabalho visa enfatizar a importância da aquisição da Libras como primeira língua (L1) pelos surdos, de maneira natural, em um ambiente que respeite sua a cultura e identidade. Posteriormente, uma vez estabelecida essa base linguística, a aprendizagem da segunda língua (L2), o português, poderá ocorrer a partir da L1 (Libras). Em resumo, a pesquisa pretende apoiar que os surdos precisam ter acesso à sua L1 para desenvolver a L2 na escola, uma vez que a mera inclusão não oferece a acessibilidade necessária para atender às suas necessidades de aquisição e aprendizagem (Capovilla, 2000; Strobell, 2009; Campello, 2011; Campello e Rezende, 2014). Utilizamos como metodologia a pesquisa bibliográfica e a análise de produções acadêmicas disponíveis no portal da CAPES, com o propósito de identificar como os termos aquisição e aprendizagem tem sido utilizados nos últimos anos no âmbito da surdez, e quais são as tendências atuais nesse campo de estudo. Como resultados primários, percebe-se que os termos ainda são utilizados como sinônimos; no entanto, quando os autores discorrem sobre a educação dos surdos, há um enfoque na aquisição da Libras como L1 e no aprendizado do português como L2. |