| Resumo |
Este estudo avaliou a soroprevalência da infecção por Lawsonia intracellularis, agente causador da Enteropatia Proliferativa Equina (EPE), uma doença emergente em equinos. O estudo foi conduzido nas mesorregiões Metropolitana de Belo Horizonte e Zona da Mata, em Minas Gerais. A EPE é uma doença importante principalmente em animais recém-desmamados, causando hiperplasia de enterócitos imaturos das criptas intestinais que causa espessamento da parede intestinal e sintomas como diarreia, perda de peso e hipoproteinemia, febre, desidratação e anemia, com um período de incubação médio de 14 dias. Para a avaliação, foram coletadas amostras de sangue de 344 cavalos, provenientes de 26 haras, divididos em três grupos: éguas reprodutoras (G1), potros de 7-24 meses (G2) e potros de 0-6 meses (G3), sendo que a análise sorológica foi realizada utilizando a técnica de Imunoperoxidase em Monocamadas de Células (IPMC), método reconhecido por sua elevada sensibilidade e especificidade na detecção de anticorpos IgG contra Lawsonia intracellularis. A soroconversão ocorre em média após 14 dias da exposição inicial ao agente infeccioso, resultando em produção detectável de anticorpos IgG no sangue. A soroprevalência geral encontrada foi de 19,48% (IC 95%: 15,4%-24%) e a maior prevalência foi observada no grupo das éguas reprodutoras (36,4%, IC 95%: 27,7%-45,8%), seguida pelo grupo dos potros mais jovens, de 0-6 meses (12,59%, IC 95%: 7,5%-19%), sendo que o grupo de potros entre 7-24 meses apresentou a menor prevalência, com 7,69% (IC 95%: 3,15%-15,2%). Os resultados de maior prevalência observada nas éguas reprodutoras pode ser atribuída à maior exposição cumulativa ao longo da vida, enquanto a menor prevalência nos potros de 7-24 meses pode ser decorrente da redução dos anticorpos maternos adquiridos pelo colostro e menor exposição recente, demonstrando então uma significativa disseminação de Lawsonia intracellularis nos haras estudados, estando presente em 69% dos locais investigados. Implicando assim a necessidade de implementar medidas eficazes de controle e prevenção da EPE nos rebanhos equinos, visando melhorar a saúde intestinal e reduzir o impacto sanitário dessa doença emergente em Minas Gerais. Além disso, reforça que a EPE é uma doença que deve ser considerada como um dos diagnósticos diferenciais para distúrbios entéricos, especialmente em potros de até 6 meses, que são os mais suscetíveis. |