| Resumo |
O zinco (Zn) é essencial ao crescimento ósseo e metabolismo dos suínos, atuando como cofator enzimático e na modulação da regeneração hepática. Fontes inorgânicas de Zn como o sulfato de Zn (ZnSO₄) são suplementadas nas dietas pela ampla disponibilidade e custo-benefício. Porém, sua dissociação no trato gastrointestinal (TGI) potencializa interações com antagonistas dietéticos, o que reduz a digestibilidade e aumenta a excreção fecal de Zn. Fontes orgânicas como o Zn-di-tripeptídeo (Zn-pept) têm sido usadas em dietas, pois a quelação com o Zn evita a dissociação no TGI e reduz a complexação com antagonistas, aumentando a eficiência de absorção. Portanto, objetivou-se avaliar a biodisponibilidade do Zn-pept em comparação ao ZnSO₄ em suínos de crescimento, baseado na digestibilidade aparente do trato total (DATT) e nas concentrações hepáticas e metatarsais de Zn sob níveis crescentes de suplementação. Noventa suínos machos castrados híbridos (25,44 ± 0,302 kg, 63 dias de idade) foram designados (10 repetições; 1 suíno/baia) em um delineamento de blocos casualizados e esquema fatorial 2×4: 2 fontes de Zn (ZnSO₄ vs. Zn-pept) × 4 níveis (30, 60, 90, e 120 mg Zn/kg de dieta) e um controle negativo (CN, sem suplementação de Zn). As dietas fareladas foram compostas à base de milho e de soja, com aminoácidos industriais. Água e ração foram fornecidas ad libitum. No dia 50, os animais foram alimentados com dietas contendo o indicador cinza insolúvel em ácido (CIA, 10 g/kg de dieta). No dia 55, as fezes foram coletadas por 12 h, colocadas em sacos plásticos e armazenadas (−20°C) até a análise. Os teores de CIA nas dietas e fezes foram analisados. Os teores de Zn nas dietas e fezes foram usados para calcular a ingestão total, a excreção fecal e a DATT de Zn. No dia 61, após 12 h de jejum, o abate foi realizado para coleta do fígado e metatarsos. As amostras foram pré-secas (55°C/72 h), os ossos desengordurados, secos (105°C/16 h), moídos, digeridos, diluídos, e os teores de Zn (mg/kg) determinados por espectrometria de absorção atômica em chama. As fontes e níveis de Zn foram efeitos fixos; animal, bloco e erro residual, aleatórios. Os dados foram submetidos à ANOVA. Quando significativo (P≤0,05), usaram-se testes t (fonte), Tukey (níveis) e Dunnett (fontes vs. CN). Tendências foram consideradas quando 0,05<P≤0,1. Suínos suplementados com Zn-pept apresentaram maiores (P<0,05) DATT de Zn, Zn aparentemente digerido e concentrações ósseas de Zn em comparação ao ZnSO₄ ou CN, além de tendência (0,05<P≤0,1) à maior concentração hepática e à menor excreção fecal de Zn. Um efeito (P<0,05) dose dependente foi observado proporcionalmente aos níveis de Zn suplementados nas dietas para ambas as fontes sobre as concentrações hepáticas, ósseas e fecais de Zn. O grupo 120 tendeu a maiores valores de DATT de Zn do que o grupo 30, mas não diferiu dos demais. Em conclusão, o Zn-pept melhora a biodisponibilidade e a retenção tecidual de Zn, com menor excreção fecal em suínos. |