| Resumo |
As microalgas presentes em quase todos os ambientes, destacam-se pela alta eficiência fotossintética e baixo impacto ambiental. A microalga Tetradesmus obliquus, em especial, apresenta crescimento rápido, resiliência às flutuações climáticas e composição rica em proteínas, lipídeos, pigmentos; biocompostos valiosos para aplicações industriais. Este estudo avaliou o efeito do método de rompimento da parede celular e da técnica de extração, com o objetivo de produzir extratos proteicos com aplicação na indústria de alimentos. Para o rompimento celular, a biomassa seca de T. obliquus foi: submetida a moagem em moinho de bolas; solubilizada com água destilada (1:10 m/v) em meio alcalino (pH 10); e agitada magneticamente para maior homogeneização e hidratação. Após centrifugação (5000 g, 5 min), o sobrenadante contendo as proteínas dissolvidas, foi coletado e o precipitado reidratado novamente em meio alcalino por mais duas vezes. Os sobrenadantes resultantes foram liofilizados, obtendo-se o extrato proteico controle (PC). Em seguida, foi avaliada a extração de proteínas por precipitação isoelétrica, ajustando o pH do sobrenadante para 2,5 (ponto isoelétrico da proteína), seguida de centrifugação (5000 g, 10 min). O precipitado foi coletado e posteriormente liofilizado, originando o segundo extrato proteico (PA). Visando comparar os métodos de rompimento, avaliou-se a combinação de moinho de bolas e ultrassom. A biomassa rompida por moinho foi homogeneizada em água destilada e submetida ao ultrassom, repetindo-se o processo de extração isoelétrica e liofilização, resultando no extrato proteico de rompimento combinado (PB). Os extratos foram submetidos à análise de composição centesimal aproximada. Antes da ruptura, a biomassa continha 40,29 ± 0,24% de proteínas. O extrato PC apresentou o menor teor de proteína (26,58 ± 0,39%). Já o teor de proteína do PA e PB foi significativo (> 40%), sendo que o PB apresentou o maior rendimento de extração (21,10 ± 0,32%). A metodologia aplicada para extração de proteínas também resultou na liberação de pigmentos. O extrato PC apresentou coloração clara com forte tonalidade amarela (b+) e leve tonalidade esverdeada (a-). O extrato de PA apresentou coloração mais escura que o PC, com leve coloração vermelha e moderadamente amarelada, produzindo uma coloração marrom clara. O extrato PB apresentou quantidades de pigmentos estimadas em 0,24 ± 0,01%, 0,05 ± 0,01% e 3,10 ± 0,24% para clorofila a, clorofila b e carotenoides, respectivamente. De acordo com os resultados, a combinação de métodos de extração rompeu eficientemente a parede celular da microalga e liberou proteínas intracelulares sem alterar seu estado nativo, originando extratos proteicos de alta qualidade. Além disso, a avaliação colorimétrica ofereceu uma abordagem analítica rápida e não destrutiva para inferir perfis de pigmentos em bioprodutos de microalgas e pode ser valiosa para o controle de qualidade e monitoramento da purificação de extratos. |