Das Montanhas de Minas ao Oceano: Os Caminhos da Ciência para um Futuro Sustentável

20 a 25 de outubro de 2025

Trabalho 20540

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Dimensões Ambientais: ODS15
Setor Departamento de Biologia Geral
Bolsa Não se Aplica
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Layla Patrícia Teixeira
Orientador KARLA SUEMY CLEMENTE YOTOKO
Outros membros Caio de Castro Mello, Leticia de Castro Araújo, Pedro Gabriel Carneiro Moreira
Título Evolução em tempo real: Mudanças morfológicas decorrentes da domesticação em Drosophila sturtevanti Duda, 1917 (Diptera:Drosophilidae)
Resumo O processo de domesticação é conhecido por gerar caracteres raramente — ou nunca — encontrados em populações naturais. Este estudo busca compreender as consequências da domesticação sobre a forma das asas em Drosophila sturtevanti Duda, 1927 (Diptera: Drosophilidae). Em um estudo anterior, mostramos, por meio de Morfometria Geométrica, que a forma das asas de 12 linhagens isofêmea — cada uma derivada de uma única fêmea coletada em 2022 — se modificou significativamente tanto na primeira geração após a chegada ao laboratório (F1) quanto após 10 gerações (F10), evidenciando uma rápida diversificação morfológica no sistema. No presente trabalho, comparamos as modificações ocorridas na população natural (coletas em 2022 e 2024) com aquelas acumuladas ao longo de 30 gerações em laboratório (de F1 para F10, e desta para F31), em uma das linhagens previamente analisadas (L01). Marcamos 12 pontos anatômicos em todas as asas, cujas coordenadas foram submetidas à superposição de Procrustes. O os resultados foram visualizados por meio de uma análise de componentes principais (PCA) com o pacote geomorph. Utilizamos um teste de ANOVA para investigar diferenças significativas entre os grupos. Testamos duas hipóteses: (i) que a forma das asas é estável no ambiente natural, de modo que não deve haver diferença significativa entre as coletas de 2022 e 2024; e (ii) que a seleção natural, mesmo no ambiente laboratorial, tenderia a estabilizar a forma das asas ao longo do tempo, levando a uma menor diferença entre F10 e F31 do que entre F1 e F10. A análise de variância detectou diferenças significativas entre os grupos analisados (ANOVA Procrustes, p = 0.001). Comparações par a par revelaram que não houve diferença significativa entre as amostras de campo de 2022 e 2024, corroborando a hipótese de estabilidade morfológica no ambiente natural. Por outro lado, todas as comparações entre as gerações da linhagem de laboratório foram significativas, indicando mudanças progressivas, observáveis na PCA, na forma das asas ao longo do tempo. Contrariando nossa segunda hipótese, a diferença entre F10 e F31 (distância de Procrustes = 0,0205) foi maior do que entre F1 e F10 (0,0161), sugerindo que a forma das asas continuou a se modificar mesmo após dez gerações em laboratório. Esses resultados indicam que 30 gerações não foram suficientes para estabilizar a forma da asa na linhagem L01. A continuidade das mudanças morfológicas sugere o acúmulo de mutações novas ocorridas no ambiente laboratorial, promovendo a divergência da forma em relação ao estado original. A continuidade deste trabalho deverá avaliar se esse mesmo padrão é observado em outras linhagens e se mais gerações da mesma linhagem podem a apresentar sinais de estabilização.
Palavras-chave Morfometria Geométrica, Seleção Natural, Evolução in vitro
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
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