| Resumo |
Introdução: Conhecer o perfil dos pacientes atendidos em uma unidade de saúde é primordial para a gestão em saúde pública. Apesar de unidades de saúde de atenção secundária vinculadas a universidades federais terem como princípio a preceptoria e aprendizado dos estudantes e residentes, a análise do perfil clínico-epidemiológico dos pacientes atendidos na Pediatria é primordial para melhor compreensão das características de saúde da microrregião de Viçosa, sendo o palco da pesquisa realizada. Além disso, compreender o perfil dos pacientes pode direcionar melhor os recursos públicos para promover intervenções mais coerentes com as demandas da população local. Objetivo: Analisar o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes de zero a cinco anos dos ambulatórios de Pediatria atendidos em uma unidade de atenção secundária vinculada a uma Universidade Federal. Metodologia: Pesquisa de caráter transversal e observacional, com base em dados coletados de 921 prontuários de crianças atendidas em uma unidade de atenção secundária vinculada a uma Universidade Federal. Foram incluídas nesta pesquisa 333 (36,2%) crianças de 0 a 5 anos de idade. As variáveis analisadas incluíram os diagnósticos realizados nas seguintes subespecialidades: oftalmologia, hematologia, cirurgia geral, otorrinolaringologia, cardiopediatria, dermatologia, endocrinopediatria, pneumo pediatria, psiquiatria infantil, ortopedia pediátrica, gastropediatria, urologia e neuropediatria. Resultados: Dentre os 333 prontuários analisados, foram obtidos 693 diagnósticos, considerando-se cada subespecialidade analisada. Em ordem decrescente, as três subespecialidades que mais tiveram diagnósticos foram: dermatologia (15,44%), endocrinopediatria (15,44%) e otorrinolaringologia (14,57%). Na dermatologia, os principais diagnósticos corresponderam às dermatites (atópica, de contato e seborreica). Na endocrinologia pediátrica, as desordens relacionadas à antropometria das crianças lideraram os diagnósticos. Já na otorrinolaringologia, os diagnósticos mais comuns foram Infecções de via aérea superior. A subespecialidade com menor números de diagnósticos foi a oftalmologia (1,87%), cujos diagnósticos mais comuns foram o estrabismo, dacrioestenose e conjuntivite. Conclusões: Os diagnósticos mais prevalentes em uma unidade de atenção secundária vinculada a uma Universidade Federal entre crianças de 0 a 5 anos em uma microrregião de saúde foram as desordens dermatológicas, endocrinológicas e otorrinolaringológicas. Conhecer o perfil desses pacientes possibilita o direcionamento dos recursos públicos de forma a atender as demandas da população regional. |