| Resumo |
O uso das microalgas na agricultura tem se destacado como uma alternativa sustentável e inovadora, sobretudo por sua ação bioestimulante em plantas. Esses microrganismos são capazes de sintetizar diversos compostos essenciais às plantas, promovendo o crescimento vegetal, aumentando a resistência a estresse abiótico, assim como a produtividade. Neste contexto, o presente trabalho objetivou otimizar as condições de extração para compostos bioestimulantes da microalga Scenedesmus obliquus BR003 utilizando o etanol como solvente, além de avaliar o efeito bioestimulante na germinação de sementes de alface (Lactuca sativa L.). A extração de compostos bioestimulantes foi otimizada usando o delineamento composto central rotacional (DCCR) sendo testado em diferentes razões de solvente/biomassa (S/BM), de 2,5 a 19,5, e temperaturas, de 25,3 a 50,7 °C. Os extratos foram analisados quanto às concentrações de compostos fenólicos, pigmentos totais e aminoácidos livres. O potencial bioestimulante foi avaliado com testes de germinação de sementes de alface. Uma análise de correlação de Pearson foi feita para verificar qual composto apresentou maior efeito bioestimulante. A extração dos compostos bioativos S. obliquus foi influenciada pela temperatura e razão S/BM. Para os compostos fenólicos e os pigmentos totais, ambos os fatores apresentaram o mesmo comportamento: o aumento da temperatura e da razão S/BM resultou em maior rendimento de extração. No caso dos aminoácidos, apenas a razão S/BM teve efeito significativo, com maiores proporções de solvente em relação à biomassa também promovendo maior extração. O índice de germinação de semente apresentou uma maior correção (0,8026) com os aminoácidos livres presentes no extrato. Pelos resultados obtidos, pode-se afirmar que a biomassa de S. obliquus apresenta potencial como fonte de bioestimulante, com destaque para aminoácidos livres extraídos com etanol. Em adição, foi possível observar que a eficiência da extração depende das condições de temperatura e da razão S/BM. Por fim, esse estudo apresentou avanços significativos para o desenvolvimento de bioestimulantes sustentáveis a partir de microalgas, com benefícios ambientais e agronômicos. |