| Resumo |
Introdução: A cicatrização de feridas é um processo biológico dinâmico e complexo caracterizado por uma sequência interligada de fases: hemostasia, resposta inflamatória, fase proliferativa e remodelação tecidual. Na fase proliferativa, o colágeno, sintetizado pelos fibroblastos, desempenha funções fundamentais de sustentação e de resistência tênsil da cicatriz em formação. Nesse contexto, a técnica de histomorfometria configura-se como uma ferramenta que possibilita uma avaliação quantitativa e qualitativa do colágeno presente nos tecidos, permitindo o estudo dessa proteína durante o processo cicatricial. Objetivos: Analisar a importância da técnica de histomorfometria mediante a elucidação da dinâmica dos colágenos tipo I e III durante o processo de cicatrização de feridas. Metodologia: Trata-se de uma revisão da literatura realizada nas bases de dados PubMed Central, PubMed via MEDLINE, Cinahl e Embase utilizando os descritores “Histomorfometria”, “Cicatrização”, “Regeneração”, “Colágeno tipo I” e “Colágeno tipo III” e operadores booleanos “AND” e “OR”. Foram analisados 13 artigos referentes ao período de 2020 a julho de 2025. Resultados: A técnica de histomorfometria, por meio da birrefringência do colágeno e da utilização de programas de software, à exemplo ImageJⓇ, permite identificar, diferenciar, quantificar e analisar a distribuição e concentração dos tipos de colágeno nos tecidos. Essa ferramenta permite compreender a progressão da cicatrização, uma vez que as alterações na proporção entre os tipos de colágeno I e III refletem modificações na resistência e flexibilidade dos tecidos ao longo do processo de reparo. Conclusões: A análise histomorfométrica constitui-se em um instrumento de elevada relevância para a compreensão da dinâmica do colágeno ao longo da progressão do processo cicatricial. Ao viabilizar a distinção e a quantificação dos subtipos de colágeno, bem como o monitoramento de sua distribuição nos diferentes estágios do reparo tecidual, tal abordagem contribui de forma significativa para a compreensão dos mecanismos envolvidos na regeneração. Essa caracterização detalhada favorece, por conseguinte, o aprimoramento de estratégias terapêuticas voltadas à otimização da cicatrização. |