Das Montanhas de Minas ao Oceano: Os Caminhos da Ciência para um Futuro Sustentável

20 a 25 de outubro de 2025

Trabalho 20505

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Dimensões Sociais: ODS3
Setor Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular
Bolsa CAPES
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES, CNPq, FAPEMIG
Primeiro autor Vitor Emanuel Lanes Viana
Orientador CIRO CESAR ROSSI
Outros membros Faizan Ahmad, Marcia Giambiagi de Marval, Monalessa Fábia Pereira, Sandy de Almada Estanislau
Título Isolamento de um novo bacteriófago lítico revela seu potencial para aplicação na fagoterapia contra cepas multirresistentes da família Staphylococcaceae
Resumo A família Staphylococcaceae possui mais de cem espécies bacterianas, muitas delas patógenos oportunistas capazes de causar infecções graves em humanos e animais. Dentre elas, Staphylococcus xylosus destaca-se como uma espécie comensal, ubíqua, frequentemente isolada da pele e mucosas de animais, capaz de causar infecções associadas a dispositivos médicos invasivos em ambientes hospitalares, ainda atuar como reservatório de genes de resistência, contribuindo para o aumento da resistência antimicrobiana. Com isso, a fagoterapia, que envolve a utilização de bacteriófagos capazes de lisar células bacterianas, emerge como uma alternativa promissora para o combate da resistência antimicrobiana. Assim, o objetivo deste trabalho foi isolar e caracterizar um bacteriófago lítico contra cepas multirresistentes da família Staphylococcaceae, isolado do efluente de um abatedouro bovino. Primeiramente, uma cepa de S. xylosus, denominada MEF2, foi isolada por plaqueamento em ágar manitol-sal e identificada por características microscópicas, bioquímicas e MALDI-TOF. Em seguida, um fago direcionado à MEF2, denominado pMEF, foi propagado em uma cultura líquida de MEF2 suplementada com filtrado de efluente. A atividade antimicrobiana foi avaliada pela sua capacidade de lisar outras cepas além de seu hospedeiro original, incluindo espécies de Staphylococcus spp. e Mammaliicoccus spp. A estabilidade do fago foi avaliada com base em sua atividade quando exposto ao pH 1 a 13, exposição à luz UV por 1 a 30 minutos (radiação de até 4,5 kJ/m²) e diferentes concentrações de clorofórmio. Além disso, foi avaliado sua capacidade de adsorção a célula bacteriana nos primeiros 30 minutos de contato com a célula. O fago pMEF exibiu atividades antimicrobianas contra 15 cepas multirresistentes das 46 testadas, que incluíram S. xylosus, S. cohnii, S. haemolyticus, S. warneri, S. saprophyticus, M. sciuri e M. lentus, reforçando seu amplo potencial lítico. O fago manteve um alto título e atividade lítica após tratamento em pH 3 a 11, apenas em pH 1 e pH 13, nenhuma atividade foi detectada. Além disso, o fago pMEF resistiu à radiação UV por 15 minutos, correspondendo a 2,25 kJ/m², embora esta condição tenha levado a uma redução no título do fago por uma ordem de magnitude. Ainda, permaneceu estável em sua atividade quando exposto à uma concentração de 10% de clorofórmio e a capacidade de adsorção mostrou que o fago adsorve até 95% à célula bacteriana nos primeiros 5 minutos. Com o aumento da resistência antimicrobiana e o surgimento de inúmeros patógenos oportunistas, a descoberta deste novo bacteriófago com atividades promissoras contra estas espécies pode ampliar as possibilidades de erradicação destes patógenos antes mesmo que as infecções por eles causadas se tornem uma preocupação para a saúde pública global. Futuros estudos envolvendo seu potencial antibiofilme, sinergístico e genômicos aumentarão nossa compreensão sobre o potencial deste fago para aplicação na fagoterapia.
Palavras-chave Fagoterapia, Resistência Antimicrobiana, Staphylococcaceae.
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
Gerado em 0,71 segundos.