| Resumo |
A mastite bovina é uma doença que causa inflamação das glândulas mamárias, podendo ser causada por uma ampla variedade de microrganismos, que se manifestam de forma clínica ou subclínica. No Brasil, a alta incidência de mastite impacta de forma significativa tanto a produção quanto a qualidade do leite, tornando o produto impróprio para comercialização e consumo. Entre as principais bactérias causadoras da doença, estão as do gênero Staphylococcus spp., frequentemente resistentes aos antibióticos beta-lactâmicos, que são amplamente utilizados no tratamento da mastite. Frente ao surgimento de cepas resistentes a antimicrobianos, novas abordagens terapêuticas têm sido exploradas, sendo uma delas o uso de bacteriófagos e de suas proteínas. Essas proteínas têm se mostrado eficazes no controle da mastite sem provocar o surgimento de novas cepas resistentes, o que as torna uma alternativa promissora. Para avaliar a efetividade de proteínas recombinantes no controle de bactérias causadoras da mastite bovina, será feito o uso de VAPGHs (Vírion-associated peptidoglycan hydrolases) do bacteriófago vB_EcoM-UFV13, como uma alternativa ao uso de antimicrobianos no controle dos patógenos causadores da doença. Inicialmente foi feita a construção dos vetores de expressão contendo as ORFs 31, 157 e 246 obtidas a partir do genoma do fago UFV13 e uma sequência de sinalização OmpA, para síntese das hidrolases. Os plasmídeos foram utilizados para a transformação em E.coli Top10 e BL21. Com os transformantes, foi realizada a extração plasmidial por meio do protocolo de lise alcalina e feito um PCR com primers específicos e a eletroforese em gel de agarose para confirmação da transformação. O sequenciamento de todos os plasmídeos foi feito, e os testes de expressão das proteínas com o uso do indutor IPTG (isopropil β-D-1-tiogalactopiranosídeo), na concentração de 0,4 molar. Por fim, as proteínas obtidas foram purificadas por meio de cromatografia de afinidade utilizando resina de níquel e a detecção da expressão feita por meio de gel de poliacrilamida entre 10 e 15% (SDS-PAGE) e Western blotting. Através dos resultados obtidos, foi constatado que a BL21 ORF 31 não expressou a proteína de interesse em todas as frações testadas, enquanto a BL21 ORF 246 apresentou resultado positivo na fração solúvel, mas em um tamanho menor do que o esperado, o que pode representar que a sinalização OmpA está endereçando a proteína para a enzima que a degrada. Por fim, a BL21 ORF 157 apresentou um resultado positivo, porém a proteína desejada foi obtida na fração insolúvel. Desse modo, em relação a ORF 31 é necessário a realização de uma nova clonagem e de novas análises. A respeito da ORF 246 é necessário a realização de um sequenciamento das bandas obtidas para confirmar a hipótese de degradação por OmpA. No que se refere a ORF 157, mesmo que obtida na fração insolúvel, serão feitos testes para avaliar sua atividade sobre as bactérias do gênero Staphylococcus spp. |