| Resumo |
Estratégias nutricionais que otimizem a deposição muscular e o desempenho dos leitões ainda na fase de creche, são particularmente vantajosas. O ácido guanidinoacético (GAA) aumenta a disponibilidade de creatina, fonte de energia para a musculatura esquelética na forma de fosfocreatina, promovendo o crescimento e o desenvolvimento muscular. A conversão de GAA em creatina requer metilação, aumentando a demanda por grupos metil. A betaína, fornece grupos metil que podem ser utilizados para a síntese de creatina, otimizando a conversão de GAA em creatina. Assim, a suplementação com GAA e betaína pode impactar os mecanismos moleculares associados ao ganho de tecido muscular, resultando em melhor desempenho. Foram utilizados 80 leitões, machos castrados e fêmeas, com peso inicial de 7,09 ± 0,65 kg, desmamados aos 21 dias de idade, distribuídos em delineamento de blocos (peso inicial) casualizados, em quatro dietas, com dez repetições e dois leitões por unidade experimental (baia). As dietas consistiram de uma dieta basal (CON), CON + 0,12% de ácido guanidinoacético (GAA), CON + 0,25% de betaína (BET) e CON + 0,12% de GAA + 0,25% de betaína (GAA+BET). Os leitões foram pesados individualmente aos 21 e aos 65 dias de idade, para determinar o consumo de ração médio diário (CRD), o ganho de peso médio diário (GPD), a conversão alimentar (CA) e peso médio final (PMF). Aos 65 dias de idade, um leitão por baia, foi insensibilizado e abatido para coleta de amostras do longissimus thoracis (LT) para análise de expressão gênica. A baia foi considerada a unidade experimental para análise de CRD, GPD, CA e PMF. Um leitão de cada baia, abatido aos 65 dias de idade, foi considerado a unidade experimental para análise de expressão gênica. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Tukey. Valores de p ≤ 0,05 foram considerados significativos e valores de p entre 0,05 e 0,10 foram considerados tendência. Os leitões do grupo GAA apresentaram tendência (P = 0,06) de maior PMF comparado ao grupo BET. Os leitões do grupo GAA apresentaram 3,28 e 1,98 kg a mais comparados aos grupos BET e CON, respectivamente, resultados consistentes com o maior CRD e GPD (P = 0,02) dos leitões do grupo GAA em relação ao grupo BET. Não houve diferença (P > 0,05) na CA entre os grupos. Os leitões do grupo GAA apresentaram maior expressão (P = 0,007) da proteína 4EBP1 no LT, comparado aos outros grupos. A expressão da proteína AKT foi maior (P = 0,01) nos leitões do grupo GAA, em comparação ao CON. Níveis elevados de expressão da proteína 4EBP1 indicam aumento no substrato disponível para fosforilação, que, quando fosforilado pelo mTOR, dissocia-se do eIF4E, liberando-o para iniciar a tradução de mRNAs que promovem o crescimento celular e a síntese proteica. A suplementação de leitões com GAA afeta de forma positiva a regulação de genes relacionados à deposição de tecido muscular, resultando em melhor ganho de peso de leitões na fase de creche. |