| Resumo |
Introdução: O excesso de peso favorece a inflamação crônica e o estresse oxidativo, influenciando o desenvolvimento e um pior prognóstico do câncer de mama. Além disso, a alimentação pode contribuir para o agravamento do câncer. Objetivo: Avaliar a associação entre a Capacidade Antioxidante Total da Dieta (CATD) e o Potencial Inflamatório da Dieta com o excesso de peso de mulheres com câncer de mama. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa, parecer nº: 4.893.180. A coleta de dados ocorreu no Hospital do Câncer de Muriaé durante o período de dezembro de 2021 a junho de 2022. Para avaliar a CATD, foram utilizados valores de Poder Antioxidante Redutor Férrico (FRAP) de duas bases de dados. Para o potencial inflamatório, recorreu-se à ferramenta Inflammation Factor Rating System ou Sistema de Classificação do Fator Inflamatório da Dieta (FID). As análises estatísticas foram realizadas usando o software SPSS®, versão 22. As variáveis qualitativas foram expressas em valores absolutos e frequências relativas. Resultados: Das 214 mulheres avaliadas, a maioria era adulta (n=42; 52,5%) e segundo IMC, 127 (59,3%) mulheres estavam com excesso de peso. O FID revela que a maioria das participantes (n=189; 88,3%) foi classificada com uma dieta fortemente inflamatória (FI -201 ou inferior). Quatro participantes (1,9%) apresentaram uma dieta fortemente anti-inflamatória (FI 200 ou superior). A CATD mostra que 186 (86,9%) participantes obtiveram valores de FRAP ≥ a 5 mmol. Quando essas variáveis são comparadas entre mulheres com e sem excesso de peso, observa-se que que a maioria com e sem excesso de peso apresentou valores de FRAP ≥ 5 mmol (n = 110; 86,61%; n = 76; 87,4%). Quanto ao FID, verificou-se uma predominância de padrões alimentares fortemente inflamatórios entre mulheres com excesso de peso (n = 114; 89,8%) e apenas 3,4% do grupo sem excesso de peso apresentaram dieta fortemente anti-inflamatória. Conclusão: Há prevalência de padrões alimentares com alto potencial inflamatório entre as pacientes, principalmente as que possuem excesso de peso, o que pode contribuir negativamente para o estado inflamatório sistêmico e o prognóstico da doença sugerindo uma possível relação entre pior qualidade inflamatória da dieta e o acúmulo de gordura corporal. |