| Resumo |
A educação alimentar para pré-escolar deve abranger demandas de aprendizagens identificadas por grupo, contextualizando atitudes positivas frente ao alimento, o comer e a comensalidade, com a finalidade de estimular a criança no ato da refeição. Nesta perspectiva, o ambiente de refeição, bem como os momentos de experimentação sensorial e de exploração dos alimentos precisam ser bem gerenciados para despertar o interesse da criança por novos sabores e texturas, de forma a favorecer a variedade da composição do prato. Partindo-se dos achados do Projeto de extensão “CRESCENDO COM SAÚDE”, desenvolvido em instituição filantrópica de Viçosa-MG, constatou-se a necessidade de intervenção em educação alimentar com crianças em idades pré-escolar com baixo consumo de verduras e até mesmo, comportamentos de resistência aos folhosos verdes. Assim, objetivou-se promover educação alimentar por meio de estratégia educativa no contexto de contação de história. A história foi estruturada com base em visitas técnicas e na observação participante em ambientes onde as crianças realizam as refeições. A partir de ilustrações que contextualizam as salas de aula com as quais as crianças já estão familiarizadas, identificou-se a Borboleta como personagem principal para compor a narrativa que envolveu a arte de Storytelling. A borboleta verde surgiu como uma estratégia de aproximar as crianças de cores representativas de couve e alface, por ambas verduras fazerem parte do cardápio da Instituição. A história da “Borboleta verde e a horta” foi contada e cantada em música para 27 crianças entre 2 e 5 anos, em momentos distintos, para abranger reações e curiosidades peculiares às idades. O texto no formato musicalizado foi articulado à narrativa da história para estimular a participação e favorecer a experiência sensorial tátil das crianças com as verduras. Na finalização do momento lúdico-educativo do Storytelling, as crianças foram convidadas a se posicionarem à mesa de refeição, sendo relatado que seria ofertado a couve picada fininha e a alface em formato de pequenas trouxinhas. Este foi o momento que trouxemos ambas verduras cruas e adequadamente higienizadas, cortadas e sem adição de temperos, servidas em travessas que circularam na mesa de refeição. A equipe envolvida com a atividade iniciou o consumo, estimulando as crianças com a representação do contentamento retratado em expressões faciais e gestuais que transmitiam a satisfação ao provar, mastigar e engolir. As falas pronunciadas reafirmavam o gostar muito de comer estes alimentos. Como resultado, todas as crianças experimentaram tanto a couve, quanto a alface, repetindo mais de uma vez, levando a equipe a repor as verduras. Surpreendeu o fato delas consumirem com satisfação e manifestarem que passariam a comer as verduras presentes nas refeições. Conclui-se que atividades lúdicas são ferramentas que melhoram a relação do pré-escolar com os alimentos, devendo ser uma prática investida no ambiente escolar. |