| Resumo |
Introdução: A ingestão excessiva de açúcar na dieta pode contribuir para o ganho de peso corporal, promovendo alterações na composição corporal e consequentemente nos fatores antropométricos e assim, desempenhar um importante papel no desenvolvimento das comorbidades associadas com as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), Hipertensão Arterial (HAS), dislipidemia e excesso de peso. Dessa forma, os adoçantes dietéticos vêm sendo utilizados como uma alternativa ao uso do açúcar refinado, sendo necessário mais estudos sobre o uso deste produto. Objetivo: Avaliar a relação entre a presença de HAS, DM2 e dislipidemia e de indicadores de adiposidade com o consumo de adoçante. Métodos: Estudo transversal realizado com pessoas incluídas no Programa de Atenção à Saúde Cardiovascular da Universidade Federal de Viçosa (PROCARDIO-UFV) entre o período de março de 2012 a abril de 2024. Dados sobre a presença de DCNTs: HAS, DM2, e dislipidemia, assim como, as variáveis de interesse como perímetro da cintura (PC), perímetro do braço (PB), perímetro da panturrilha (PP), perímetro do quadril (PQ), peso, altura, índice de massa corporal (IMC) e o uso de adoçante foram obtidos mediante análise do prontuário. O estudo foi aprovado pelo CEP Comitê de Ética (066/2012/CEPH/UFV). Para verificar a normalidade das variáveis foi realizado o teste de Kolmogorov-Smirnov, coeficientes de assimetria e curtose. Para as análises bivariadas, foi utilizado o teste de qui-quadrado (x²) e para comparação de médias entre dois grupos independentes foi utilizado o teste t de Student para amostras independentes (SPSS v.20.0, α = 0,05). Resultados: Dos 347 indivíduos da amostra, 56,5% eram do sexo feminino, com média de idade de 43,9±17,2 anos e 46,9% faziam o uso de adoçantes. Entre os indivíduos que apresentavam o uso de adoçantes, observa-se uma maior prevalência de hipertensos (58%) em comparação com aqueles sem hipertensão (37,5%) p<0,01. Ademais, os indivíduos que apresentaram o uso de adoçantes, também apresentaram maior prevalência de DM2 (73,6%) em comparação com aqueles sem DM2 (37,2%) p<0,01. Não houve significância estatística entre uso de adoçantes e dislipidemia (p=0,095). Indivíduos que apresentaram consumo de adoçantes apresentaram médias significativamente maiores de PC (98,78 ± 13,32). PB, PP, PQ, peso e IMC não apresentaram significância estatística com uso de adoçantes. Conclusão: O consumo de adoçante foi associado a uma maior prevalência de HAS e DM2 e também ao PC que é um importante marcador de risco cardiometabólico. Portanto, recomenda-se cautela no consumo de adoçantes, reforçando a importância de intervenções nutricionais focadas em hábitos alimentares saudáveis e equilibrados. |