| Resumo |
O Grupo Entre Folhas – Plantas Medicinais (GEFPM), com longa trajetória de atuação na Universidade Federal de Viçosa, integra ações de pesquisa, ensino e extensão relacionadas ao uso e cultivo de espécies de plantas medicinais. O quintal, localizado na casa sede do Grupo, é local de conservação in situ da agrobiodiversidade local, com manejo agroecológico, buscando manter a saúde do solo e das plantas através do equilíbrio do agroecossistema com diversidade e com tecnologias sociais como a homeopatia, os microrganismos eficientes (EM) e a compostagem, se configurando como espaço vivo de aprendizado e diálogo entre diferentes formas de conhecimento. Este projeto de extensão tem como objetivo apoiar o cuidado com as espécies cultivadas no quintal, incentivar a valorização dos saberes tradicionais sobre plantas medicinais e ampliar a divulgação dessas práticas junto à comunidade acadêmica e regional. Entre as atividades realizadas destacam-se: organização de mutirões, oficinas, manejo e tratos culturais agroecológicos, produção de mudas, exposições, rodas de conversa e visitas guiadas, além da criação de materiais educativos como exsicatas e coleções de sementes. As ações envolvem estudantes, educadoras/es, agricultoras/es e representantes de comunidades tradicionais, promovendo a formação interdisciplinar e fortalecendo a articulação entre universidade e sociedade. A participação coletiva contribui com processos de ensino-aprendizagem mais significativos, baseados no diálogo entre conhecimentos acadêmicos e populares. As práticas desenvolvidas buscam estimular a autonomia e o protagonismo dos sujeitos envolvidos, respeitando suas culturas e modos de vida. O quintal medicinal torna-se, assim, um espaço de vivência, troca de saberes e cuidado com a vida em suas múltiplas dimensões, sendo utilizado inclusive por disciplinas da graduação e da pós-graduação da UFV como campo de estudo e prática. O projeto reafirma o potencial das plantas medicinais como tema gerador para práticas educativas interculturais, contribuindo para a conservação da sociobiodiversidade, para o fortalecimento das comunidades e para a construção coletiva de saberes voltados à saúde, à sustentabilidade e ao bem viver. |