| Resumo |
Introdução: Ao longo do tempo, os polimorfismos de nucleotídeo único (SNP) tem ganhado proeminência como um importante fator no desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis, seja por vias diretas ou indiretas, como no metabolismo e consumo alimentar. Entretanto, ainda é uma área nova dentro da nutrição e são poucos estudos que envolvem a população brasileira. Objetivo: Analisar a associação entre o escore de risco genético e a contribuição calórica dos alimentos ultraprocessados em indivíduos adultos brasileiros graduados de uma coorte brasileira (Estudo CUME). Metodologia: Trata-se de um estudo transversal que avaliou 578 participantes de uma coorte multicêntrica brasileira. Para identificação dos polimorfismos rs9939609, rs17783313 e rs1801260 dos genes FTO, MC4R e CLOCK foram coletadas amostras de células da mucosa oral para extração de DNA genômico pela técnica de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase em tempo real). A composição alélica foi utilizada para a construção do escore de risco genético. Um questionário de frequência alimentar com 144 itens alimentares, validado para essa população, foi utilizado para estimar a contribuição calórica dos alimentos ultraprocessados por meio de quartis. A associação entre o escore de risco genético e a contribuição calórica dos alimentos ultraprocessado foi analisada utilizando regressão logística ordinal ajustada por sexo, idade, raça, atividade física e energia total. Este estudo foi financiado por fundações de amparo à pesquisa, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos e todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultados: Indivíduos com risco genético médio apresentaram 1,7 vezes mais chance (IC95%: 1,01–2,90; p = 0,047), enquanto aqueles com risco genético alto apresentaram 3,4 vezes mais chance (IC95%: 1,36 –8,51; p = 0,009) de estarem nos quartis mais altos de contribuição calórica por alimentos ultraprocessados em comparação com o grupo de risco genético baixo. Conclusão: Os resultados indicam que um maior escore de risco pode implicar em uma maior contribuição calórica por alimentos ultraprocessados, podendo ser considerado um importante elemento a ser observado na prática clínica e usadas para melhoria da saúde e qualidade de vida do paciente. Entretanto, mais estudos são necessários para entender os mecanismos de ação desses polimorfismos com o consumo alimentar. Apoio: CAPES (código 001) e FAPEMIG. |