| Resumo |
A Inteligência Artificial Generativa (IAG) tem se destacado como tecnologia inovadora no contexto educacional, especialmente por meio de chatbots. Este estudo integra o projeto “Integração e exploração crítica de ferramentas de IA no ensino: mapeamento, estratégias didáticas e análise de seus efeitos na prática educativa universitária” (CEP parecer n. 7.283.425), com apoio de bolsa de iniciação científica da Fapemig (2025/2026), e busca analisar como a IAG pode atuar como mediadora no processo de ensino-aprendizagem e quais atividades promovem maior engajamento de estudantes. A inteligência artificial (IA) é um campo da ciência da computação voltado ao desenvolvimento de sistemas que simulam a inteligência humana, realizando tarefas de modo autônomo e adaptativo (Sichman, 2021). No contexto educacional, ferramentas generativas como chatbots oferecem suporte individualizado e feedback imediato, enriquecendo o ensino e a aprendizagem (Russell; Perset; Grobelnik, 2023). No entanto, seu uso requer reflexão crítica, pois envolve desafios éticos como confiabilidade, privacidade e risco à autonomia e ao pensamento crítico (Holmes et al., 2019). Diretrizes como a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (EBIA) e orientações da Comissão Europeia recomendam que a adoção da IA na educação siga princípios éticos e promova o letramento tecnológico, visando práticas pedagógicas críticas, inclusivas e emancipatórias (Raposo, 2024; UE, 2022; Soares et al., 2023). Como parte da pesquisa, foi aplicado no início da disciplina Tecnologias na Educação (EDU 350/2024) do Curso de Pedagogia da UFV, um questionário semi-estruturado (Google Forms) a estudantes matriculados, visando um levantamento preliminar das percepções e usos iniciais da IAG, investigando frequência, finalidades, compreensão e possíveis implicações da IAG na aprendizagem, produção de conhecimento e confiabilidade. Os resultados indicaram que a maioria dos estudantes utiliza IAG semanalmente (31,8%) ou mensalmente (31,8%), com 13,6% usando diariamente. As principais finalidades foram escrita, pesquisa e organização, evidenciando o potencial da IAG para otimizar tarefas acadêmicas. Os estudantes reconhecem benefícios como agilidade e auxílio na compreensão, mas ressaltam a necessidade de uso crítico devido a desafios como confiabilidade, passividade intelectual e superficialidade. As limitações incluem problemas de usabilidade e risco à autonomia intelectual (15% frequentemente, 55% ocasionalmente). A pesquisa destaca que o potencial da IAG depende da expertise do usuário e da complexidade das tarefas, exigindo capacitação, transparência algorítmica e práticas pedagógicas que estimulem o pensamento crítico. Conclui-se que a integração da IAG na educação deve combinar inovação e autonomia, promovendo seu uso como tecnologia mediadora que potencializa a aprendizagem. |