Das Montanhas de Minas ao Oceano: Os Caminhos da Ciência para um Futuro Sustentável

20 a 25 de outubro de 2025

Trabalho 20255

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Dimensões Sociais: ODS5
Setor Departamento de História
Bolsa Não se Aplica
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro Outros
Primeiro autor Marcos Paulo da Silva Oliveira
Orientador ANGELO ADRIANO FARIA DE ASSIS
Título Ternário Colonial: Um Estudo Comparativo de Três Figuras Mágicas na América Portuguesa
Resumo O objetivo central deste estudo é analisar os discursos e as dinâmicas em torno da acusação de feitiçaria direcionada a mulheres no Brasil colonial, com foco em três personagens históricas: Maria Gonçalves Cajada, Maria Gonçalves Vieira e a índia Sabina. A escolha dessas figuras permite compreender não apenas os contornos jurídicos e religiosos das perseguições inquisitoriais, mas também os modos como mulheres de diferentes origens étnicas e sociais mobilizaram saberes mágicos e religiosos em seus cotidianos. Maria Gonçalves Cajada, também conhecida pelo apelido pejorativo de “Arde-lhe o Rabo”, foi uma mulher branca, cristã-velha e portuguesa, degredada para a Bahia na segunda metade do século XVI. Atuava como feiticeira mediante pagamento, sendo alvo de uma denúncia ao Santo Ofício que revela a ampla circulação e demanda por práticas mágicas mesmo entre a população dita cristã. Já Maria Gonçalves Vieira era uma mulher preta, forra, residente na freguesia de Casa Branca (atualmente Glaura, distrito de Ouro Preto/MG), na primeira metade do século XVIII. Conhecida como calunduzeira, realizava rituais coletivos e individuais de cura, adivinhação e proteção espiritual — práticas marcadas por cantos, danças e rezas, em um sincretismo que articulava elementos africanos e católicos. A índia Sabina, por sua vez, foi uma curandeira de grande notoriedade no Estado do Grão-Pará. Atuou durante aproximadamente vinte anos, sendo reconhecida por localizar feitiços enterrados e realizar procedimentos terapêuticos que envolviam defumações, rezas, sopros, uso de água-benta e a extração simbólica de “bichos” do corpo dos doentes. Mais do que apenas comparar suas práticas, esta pesquisa busca defender a hipótese de que a magia e a fé foram utilizadas por essas mulheres como ferramentas de resistência, proteção e mobilidade social. No entanto, tais estratégias, que ofereciam formas de agência diante das estruturas coloniais opressoras, também as colocaram na mira da repressão religiosa e jurídica, tornando-as alvo do Tribunal da Inquisição. Pretende-se, ainda, refletir sobre como os universos mágicos mobilizados por essas mulheres dialogam entre si, revelando tensões e convergências que contribuem para uma compreensão mais ampla da construção da feminilidade, da espiritualidade e da ordem social no mundo colonial luso-brasileiro.
Palavras-chave mulheres feiticeiras, Práticas mágico-religiosas na colônia, Inquisição
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
Gerado em 0,70 segundos.