| Resumo |
O presente trabalho é resultado de pesquisa financiada com bolsa PIBIC/Fapemig, e teve como objetivo analisar, através de documentos encontrados no banco de dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), as políticas públicas voltadas para o ensino médio no Brasil no período de 2003-2017. Este intervalo temporal foi selecionado com o intuito de observar a influência dos governos de esquerda filiados ao Partido dos Trabalhadores (PT): o governo Luís Inácio Lula da Silva (2003-2011) e o governo Dilma Rousseff (2011-2016). Adiciona-se também o primeiro ano do governo Temer (2017) devido a Reforma do Ensino Médio, que teve início no mesmo ano. A pesquisa tem como foco os documentos em língua inglesa, com o intuito de realizar a democratização do conhecimento, que muitas vezes tem a língua como obstáculo. Este trabalho se faz relevante pois instituições como o BID têm importantes sugestões acerca do sistema educacional brasileiro. A metodologia utilizada foi análise documental. Além disso, sete documentos foram selecionados de acordo com as categorias apontadas, tendo os artigos Analysis of Public Spending: An Evaluation Methodology for Measuring the Efficiency of Brazilian State Spending on Education (Análise de Gastos Públicos: Uma Avaliação Metodológica para Medida de Eficiência do Gasto Estatal Brasileiro na Educação, tradução nossa), por se referir ao Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), e Country Program Evaluation (CPE) Brazil 1993-2003 (2004), (Programa de Avaliação de País Brasil (1993-2003), tradução nossa) como foco principal, por terem apontamentos sobre perspectivas de privatização do ensino público no Brasil. Como resultado, destaca-se que a visão neoliberal de privatização está presente nos apontamentos do BID. Nota-se que a educação tem se tornado mercadoria e os resultados das avaliações são considerados medidores da qualidade do ensino, mostrando que os professores são os principais responsáveis pelo bom desempenho das escolas. De forma competitiva, os docentes são orientados a preparar seus alunos para avaliações nas quais a memorização e o tecnicismo são levadas em conta, o que faz com que métodos meritocráticos coloquem em ranking o desempenho das escolas. Assim, ocorre uma desvalorização ainda maior do professor, que se torna parte de um grande negócio que tem como único objetivo a geração de lucro. |