Resumo |
Nos dias atuais, pôde-se perceber, entre o público adolescente, uma prevalência considerável no diagnóstico de pressão arterial (PA) elevada e na hipertensão, o que é preocupante devido aos riscos de danos em órgãos vitais e desenvolvimento de doenças graves que tais condições podem acarretar. Alguns hábitos diários podem influenciar a PA, seja de forma positiva ou negativa. O comportamento sedentário, principalmente relacionado ao alto tempo de tela (TT), e o tempo/qualidade de sono (TS/QS) inadequados podem desencadear ou intensificar as alterações na PA. Por outro lado, o comportamento de movimento (atividade física -AF), é comumente indicado como um tratamento não farmacológico para a PA, tendo em vista que, níveis mais altos de AF podem diminuir os níveis de PA, evitando ou melhorando a PA elevada e a hipertensão. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi verificar a associação entre AF, TT, TS e QS com a PA em adolescentes de Viçosa – MG. Foram analisados 339 adolescentes de 15 a 19 anos de idade, sendo 181 moças e 158 rapazes, matriculados regularmente no Ensino Médio de escolas públicas do município de Viçosa – MG. Para se atingir o objetivo do estudo, foram utilizados questionários para obter informações sobre a AF, TT, TS e QS, além da aferição e classificação dos níveis de PA dos adolescentes. Os dados foram analisados por meio de procedimentos estatísticos descritivos e inferenciais, através dos testes U de Mann-Whitney, qui-quadrado de Pearson e correlação de Spearman. Utilizou-se o programa SPSS® 22 e adotou-se o nível de significância de 5%. Como principais resultados, observou-se que a maioria dos adolescentes não atingiram os níveis recomendados de AF (67,6%), apresentaram alto TT (>2h/dia; 91,2%) e tempo de sono insuficiente (77,0%). Em relação à PA, 21,0% dos adolescentes apresentaram alterações, sendo 12,7% PA elevada e 8,3% hipertensão. Os rapazes tiveram maior prevalência de PA elevada e hipertensão, enquanto as moças apresentaram maior TT, pior QS e menor TS. Apenas a QS apresentou correlação estatisticamente significativa com a PA, demonstrando que uma pior qualidade de sono pode contribuir para o aumento dos níveis pressóricos. Os resultados reforçam a necessidade de estímulo a hábitos saudáveis entre adolescentes, incluindo maior prática de AF, redução do TT e melhora na QS, contribuindo ainda para uma melhora nos níveis de pressão arterial desse público. |