Resumo |
Compreender a estrutura vertical é fundamental para avaliar o desenvolvimento da vegetação, pois este parâmetro reflete o estágio de desenvolvimento e a complexidade estrutural do povoamento. Uma floresta com estratificação bem definida, favorece a diversidade de habitats, melhora o microclima e contribui para a ciclagem de nutrientes. Este estudo teve como objetivo avaliar a estrutura vertical de um povoamento de Anadenanthera peregrina (L.) Speg, estabelecido 14 anos após a mineração de bauxita. A pesquisa foi conduzida em uma área experimental pertencente à Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), localizada no município de São Sebastião da Vargem Alegre, Minas Gerais, Brasil. Após a mineração, foram realizadas ações de reconformação topográfica, descompactação do solo com subsolador até 0,60 m de profundidade e fertilização da área, visando criar condições favoráveis ao desenvolvimento da vegetação. Em março de 2011, foi instalado um experimento utilizando o delineamento em blocos casualizados, com três blocos de 40 x 18 m, subdivididos em quatro parcelas de 10 x 18 m. Os indivíduos de A. peregrina foram plantados no espaçamento de 3 × 2 m. A equipe do Laboratório de Restauração Florestal (LARF), realizou um inventário florístico do tipo censo na área com plantio de A. peregrina, após 14 anos da montagem do experimento. Os dados de número de fustes versus altura foram interpretados de acordo com a metodologia proposta por Souza & Soares (2013). As análises estatísticas de média e desvio padrão, foram executadas no Software Microsoft Office Excel. A altura média dos fustes amostrados foi de 12,3 m, com valores variando entre 1,9 m e 22,6 m, e desvio padrão de 5,4 m. Foi possível observar uma maior concentração de fustes na classe de altura intermediária (6,8 m ≤ Ht < 17,7 m), totalizando 220 fustes, o que corresponde a aproximadamente 59% do total amostrado. A classe inferior (Ht < 6,8 m) e superior (Ht ≥ 17,7 m) representaram, respectivamente, 21,4% e 19,6% dos fustes. Os resultados obtidos revelam uma distribuição vertical predominantemente concentrada na classe de altura intermediária, indicando um estágio de desenvolvimento em consolidação para o plantio de A. peregrina. A heterogeneidade estrutural evidenciada pela presença de fustes em diferentes classes de altura pode indicar uma resposta adaptativa da espécie às condições ambientais da área, refletindo o início da formação de uma estrutura vertical mais complexa. Esses dados reforçam o sucesso da recuperação da área minerada, com o plantio de A. peregrina, importante espécie para os serviços ambientais na Mata Atlântica. |