Das Montanhas de Minas ao Oceano: Os Caminhos da Ciência para um Futuro Sustentável

20 a 25 de outubro de 2025

Trabalho 20192

Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Dimensões Sociais: ODS4
Setor Departamento de Letras
Bolsa Não se Aplica
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Íkaro de Souza Barroso
Orientador RONY PETTERSON GOMES DO VALE
Outros membros Welton Pereira e Silva
Título Marcas emotivas e cicatrizes de guerra uma análise discursiva da pathemização em As Últimas Testemunhas, de Svetlana Aleksiévitch: Considerações iniciais.
Resumo O projeto Marcas emotivas e Cicatrizes de Guerra: uma análise discursiva da pathemização em As Últimas Testemunhas, de Svetlana Aleksiévitch, propõe uma investigação sobre o uso de estratégias discursivas voltadas à produção de efeitos emotivos no leitor, a partir de relatos de crianças sobreviventes da Segunda Guerra Mundial, reunidos na referida obra da jornalista e escritora bielorrussa. O projeto visa compreender como o discurso testemunhal é estruturado com vistas à pathemização — ou seja, à possível produção de emoções no leitor. A obra de Aleksiévitch é reconhecida por sua forma híbrida de narrar, entre o jornalismo e a literatura, fluindo entre a dimensão humana e emocional. Em As Últimas Testemunhas, a autora constrói uma narrativa polifônica em que crianças relatam as experiências que vivenciaram durante a guerra. Através do uso de palavras que designam calamidade, como guerra e fuzilamento, e enunciados capazes de gerar emoção no leitor, reforçando o sentimento de vulnerabilidade e horror, a autora cria um ambiente propício à pathemização. O corpus será analisado a partir da Teoria Semiolinguística do Discurso de Patrick Charaudeau (2008; 2010), buscando identificar como se dá a construção da narrativa a partir do emprego de diferentes estratégias de patemização. O trabalho também se ancora em estudos sobre o pathos (Silveira, 2022; Fernandes, 2012; Gouvêa, 2017), que reconhecem a emoção como instrumento de persuasão e adesão no discurso. Em especial, destaca-se a relevância da pathemização no discurso jornalístico-literário, no qual as fronteiras entre realidade e ficção são tensionadas em prol da sensibilização e da mobilização afetiva. Metodologicamente, o projeto prevê a análise qualitativa de trechos selecionados da obra com base em categorias linguístico-discursivas que possibilitem a instauração da pathemização, como o uso da primeira pessoa, a descrição de cenas de sofrimento, escolhas vocabulares com alto potencial afetivo, entre outros. Até o momento, observamos que algumas dessas estratégias se prestam à construção da narrativa, trazendo verossimilhança aos relatos e, possivelmente, despertando curiosidade, expectativa e indignação no leitor que considere os relatos como verdadeiros. É preciso lembrar que, de acordo com Charaudeau (2010), o despertar de emoções depende do universo de crença do sujeito interpretante. Dessa forma, o projeto busca oferecer uma contribuição significativa tanto para os estudos de linguagem quanto para a preservação de uma memória histórica sensível e crítica.
Palavras-chave Pathemização, semiolinguística, relatos de guerra.
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