Das Montanhas de Minas ao Oceano: Os Caminhos da Ciência para um Futuro Sustentável

20 a 25 de outubro de 2025

Trabalho 20190

Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Dimensões Sociais: ODS4
Setor Departamento de Letras
Bolsa Não se Aplica
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro Outros
Primeiro autor Pedro Gabriel Magalhães Diniz
Orientador RONY PETTERSON GOMES DO VALE
Outros membros Ivanete Bernardino Soares
Título Das máscaras machadianas nos tempos da abolição: considerações iniciais sobre o ethos do narrador das crônicas da série Bons Dias!
Resumo Esse presente projeto busca analisar o ethos do narrador das crônicas da obra Bons Dias!, de Machado de Assis, examinando estratégias linguístico-discursivas utilizadas para a crítica ao processo abolicionista no fim do século XIX, a partir de pressupostos teórico-metodológicos a Análise do Discurso, mais especificamente a Teoria Semiolinguística de Patrick Charaudeau. Totalizando 49 crônicas, a série Bons Dias!, publicadas entre 1888 e 1889, no Gazeta de Notícias, situa-se em dois eventos marcantes para a história do Brasil: o processo de abolição da escravidão, em 13 de maio de 1888, e a Proclamação da República. A série aborda temas variados, como política, imigração, criminalidade e questões quotidianas, sempre com um tom descontraído e crítico. Outrora acusado de uma postura indiferente do seu contexto histórico por alguns estudiosos, o estudo das crônicas jornalísticas escritas por Machado de Assis refuta essa concepção. A denúncia dos comportamentos contraditórios das elites brasileiras está presente em suas obras até mesmo antes da sua estreia romanesca, exercitando o seu espírito crítico face à sociedade brasileira do fim do século XIX. Seu estilo, caracterizado pela “volubilidade” de sua voz narrativa, as “máscaras machadianas” parecem evidenciar as ambiguidades ideológicas das elites dominantes, funcionando como representação estética das contradições da sociedade. O narrador, que assume múltiplas máscaras, personifica a ética burguesa como parte de uma crítica à realidade social. Com isso em mente, nessa pesquisa elencamos os seguintes objetivos específicos: i) descrever discursivamente o gênero “crônica”; ii) examinar os atos de comunicação humorísticos presente nas crônicas que tratam sobre o processo abolicionista; ii) descrever os contratos de comunicação estabelecidos entre os sujeitos no nível real e ficcional; iii) categorizar os diferentes ethos narrativos assumidos pelo narrador; iv) descrever os modos de organização do discurso presente nos atos de comunicação humorísticos; v) compreender mais e melhor a relação entre o discurso literário, jornalístico e humorístico típico das crônicas; e, por fim, vi) discutir a tensão entre o elitismo burguês e o sistema escravocrata, satirizado pelas crônicas. A fundamentação teórica ancora-se na Teoria Semiolinguística, desenvolvida por Patrick Charaudeau e na noção de ethos de Dominique Maingueneau. A seleção do corpus segue critérios específicos, delimitando a análise nas crônicas que tratam sobre a temática da abolição, destacando os traços de humor presentes.Como o ethos remete à imagem de um “fiador”, cujo tom valida o enunciado, analisaremos as estratégias discursivas empregadas para a sua construção.Buscaremos compreender como o humor e as máscaras narrativas de Machado de Assis criticam as práticas sociais e políticas do final do século XIX, examinando como as estratégias discursivas foram utilizadas para tratar do processo abolicionista.
Palavras-chave Machado de Assis, Discuro Literário, Ethos narrativo.
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