Resumo |
A cafeicultura é uma das principais atividades econômicas do Brasil, em que predominam os sistemas de monocultivos convencional à pleno sol. Essa prática ao longo dos anos pode produzir efeitos negativos principalmente diante das mudanças climáticas. Para amenizar esses efeitos uma alternativa é a arborização dos cafezais. No entanto, é necessário avaliar as cultivares de café disponíveis no mercado nessa forma de manejo. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar cultivares de café arábica visando identificar as mais promissoras para o cultivo arborizado na Zona da Mata. O experimento foi instalado no Campo Experimental Vale do Piranga da EPAMIG, em Oratórios MG. O delineamento utilizado foi em DBC com 22 cultivares de café e três repetições. As parcelas foram constituídas por sete plantas, com espaçamento de 0,7 x 3,6 m, entre cafeeiros e fileiras, respectivamente. Utilizou-se bananeiras e abacateiros para a arborização. Em 2022, foram avaliadas características associadas as principais doenças e praga por meio de escala de notas, variando de 1 (ausência de sintomas) a 5 (intensos sintomas): severidade de ferrugem (Hemileia vastatrix) (SF), severidade de cercosporiose (Cercospora coffeicola) (SC), severidade do ataque de bicho-mineiro (Leucoptera coffeella) (SBM) e intensidade de seca do ponteiro (ISP) (notas de 1 a 4). Também foram avaliados o vigor vegetativo (VIG) por meio de escala de notas crescentes de 1 (baixo vigor) a 10 (elevado vigor) e a produtividade de café em sacas de 60 kg beneficiado por hectare (scs.ha-1). Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias agrupadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade, por meio do programa estatístico SAEG. As cultivares não apresentaram diferença significativa para a SBM, com pouco sintomas (média 2,0). Quanto a SF as cultivares foram classificadas em dois grupos, em que a maioria apresentou poucos sintomas (média 2,13). As cultivares apresentaram a maior variabilidade para a SC, onde observou-se quatro classes, que variou de pouco (média 2,11) a intenso sintomas da doença (média 4,0). Já pra a ISP, contatou-se três grupos de cultivares, o de menor sintoma composto por quatorze cultivares (média 2,33), o intermediário com seis cultivares (média 3,00) e o de maior sintoma, com duas cultivares (média 4,00). Em relação ao VIG houve a formação de três grupos, onde a maioria das cultivares apresentaram alto vigor (média 7,66). A produtividade apresentou a formação de dois grupos, onde o mais produtivo foi composto por quatro cultivares com média de 49,36 scs.ha-1 e as demais cultivares apresentaram média de 25,86 scs.ha-1. Com base na safra 2022, as cultivares Icatu Vermelho IAC 4045-47, IBC Palma II, Paraíso MG H 419-1 e Sacramento MG 1 apresentam potencial para o cultivo convencional arborizado na Zona da Mata. Agradecimentos ao Consórcio Pesquisa Café, ao CNPq e a FAPEMIG pelo apoio financeiro ao projeto e pelas bolsas concedidas aos autores. |