Resumo |
O Brasil produziu 54,21 milhões de sacas de café em 2024 mantendo-se como líder mundial. Cerca de 73% correspondeu ao café arábica, destacando-se o Estado de Minas Gerais como maior produtor nacional dessa espécie (CONAB, 2025). Essa elevada produção está relacionada ao aprimoramento de técnicas agronômicas, como o melhoramento genético, que têm disponibilizado aos cafeicultores novas cultivares cada vez mais produtivas associadas com a resistência de pragas e doenças. Diante desse cenário, surge a necessidade de testar o desempenho dessas cultivares nas diferentes regiões produtoras de Minas Gerais. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar cultivares de café arábica visando identificar as mais promissoras para a zona da mata mineira. O experimento foi instalado no Campo Experimental Vale do Piranga da EPAMIG, no município de Oratórios MG. O delineamento utilizado foi em blocos ao acaso com 22 cultivares de café e três repetições. As parcelas foram constituídas por sete plantas, com espaçamento de 0,7 x 3,6 m, entre cafeeiros e linhas, respectivamente. Em 2022 foram avaliadas características associadas às principais doenças e praga por meio de escala de notas, variando de 1 (ausência de sintomas) a 5 (intensos sintomas): SF = severidade de ferrugem (Hemileia vastatrix), SC = severidade de cercosporiose (Cercospora coffeicola), SBM = severidade do ataque de bicho-mineiro (Leucoptera coffeella) e ISP = intensidade de seca do ponteiro (notas de 1 a 4). Também foram avaliados o VIG = vigor vegetativo por meio de escala de notas crescentes de 1 (baixo vigor) a 10 (elevado vigor) e a PROD = produtividade de café em sacas de 60 kg beneficiado por hectare (scs.ha-1). Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias agrupadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade, por meio do programa estatístico SAEG. Não houve diferença significativa entre as cultivares somente para as características SBM (média 2,36) e ISP (média 2,48), que apresentaram poucos sintomas. Quanto à SF, as cultivares foram classificadas em três grupos, sendo que 68% apresentaram baixa severidade da doença (média 2,0). Em relação a SC, a maioria das cultivares apresentaram sintomas moderados (média 3,0) e apenas duas tiveram poucos sintomas (média 2,0). Já para o VIG, as cultivares foram agrupadas de duas formas, o grupo mais vigoroso (média 8) composto por doze cultivares, enquanto o de menor vigor (média 6,6), foi composto por dez cultivares. Foram observados três grupos de cultivares para PROD, o mais produtivo formado pela maioria das cultivares com média de 51 scs.ha-1 seguida dos outros dois grupos, com médias 37 e 18 scs.ha-1. Portanto, com base na safra de 2022, as cultivares Catucaí Vermelho 785/15 e Icatu Vermelho IAC 4045-47 apresentam potencial para o cultivo convencional na zona da mata mineira. Agradecimentos ao CNPq, ao Consórcio Pesquisa Café e a FAPEMIG pelo apoio financeiro ao projeto e pelas bolsas concedidas aos autores. |