Resumo |
O mercado de produtos alimentícios veganos tem crescido consideravelmente, com previsão de ampliação para os próximos anos. Dentre esses, os produtos veganos tipo queijo, feitos exclusivamente a partir de fontes vegetais, têm ganhado destaque como alternativas viáveis aos queijos tradicionais de origem animal. A indústria alimentícia está respondendo a essa demanda, oferecendo uma variedade de opções de produtos que buscam imitar o sabor, a textura e a funcionalidade dos queijos convencionais, bem como as características do aspecto visual dos distintos tipos de queijos. Todavia há uma lacuna quanto à compreensão abrangente sobre a composição nutricional desses alimentos, bem como no que se refere à influência na saúde. Objetivou-se caracterizar produtos veganos tipo queijos embalados quanto a composição nutricional de macronutrientes, em comparação com os queijos tradicionais similares. Foram selecionados 10 produtos vegetais disponíveis no mercado online, designados como mussarela, minas, prato, parmesão e provolone. A composição dos produtos veganos foi analisada a partir das informações obrigatórias nas Tabelas de Informação Nutricional dos rótulos e comparada à composição de queijos tradicionais similares encontrados na Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA). A substituição do leite por outros ingredientes nas formulações vegetais resultou em produtos com maior teor de carboidratos e menor concentração de proteínas, constituindo um perfil nutricional próprio, que não os enquadra na categoria de substitutos dos queijos tradicionais, especialmente pela quantidade e qualidade da proteína fornecida. Os teores de gorduras totais e de gorduras saturadas, de forma geral, alcançaram valores próximos aos queijos tradicionais, que, a depender do tipo de óleo utilizado como ingrediente nas formulações, impactou no teor de gordura saturada. Conclui-se que embora o mercado online ofereça produtos veganos com denominação no rótulo de termos que são encontrados nos queijos tradicionais, não foi evidenciada equivalência nutricional. Isso indica a necessidade de conter nos rótulos informações que sinalizem ao consumidor que, na composição nutricional, não se trata de produtos substitutos, mesmo que possam apresentar correspondência em outros aspectos como aparência, textura e indicações culinárias. |