Resumo |
A presente pesquisa tem como objetivo compreender de que maneira os museus da Universidade Federal de Viçosa (UFV) podem contribuir para a construção de metodologias voltadas ao ensino de Ciências na Educação de Jovens e Adultos (EJA), articulando saberes científicos com as vivências dos estudantes. Partindo da constatação das lacunas pedagógicas que ainda permeiam o ensino formal e da necessidade de superação de práticas tecnicistas e tradicionais. A pesquisa se justifica diante do cenário de desmonte da EJA e da urgência em valorizar os saberes populares, em contraposição à lógica bancária de ensino. A metodologia adotada é qualitativa, de caráter exploratório, estruturada em três eixos: levantamento bibliográfico, observação direta e visitas pedagógicas aos museus João Moojen (Zoologia), Museu de Ciências da Terra Alexis Dorofeef (Geociências) e Parque Interativo de Botânica (Biomas). Serão utilizados instrumentos como diários de campo, questionários semiestruturados, registros das interações e produções gráficas dos estudantes. As visitas de campo permitem observar como os sujeitos interagem com as exposições e como relacionam os conteúdos científicos às suas experiências prévias. A fundamentação teórica ampara-se em autores como Freire (1982), Marandino (2017), Gohn (2006), Arroyo (2011) e Bizzo (1982), para embasar a compreensão crítica sobre os processos educativos em espaços formais e não formais, destacando a centralidade do diálogo, da mediação pedagógica e da construção coletiva do conhecimento. A pesquisa propõe que, ao articular vivências e ciência por meio da mediação museal, é possível tornar o ensino de Ciências mais acessível e conectado à realidade dos estudantes da EJA. A análise dos dados será realizada por meio da análise temática, considerando os sentidos produzidos pelos sujeitos em suas interações com os museus. Espera-se que os resultados revelem possibilidades metodológicas que rompam com modelos tradicionais de ensino, valorizem o protagonismo dos educandos e contribuam para o fortalecimento de uma educação crítica. Esta proposta visa, portanto, contribuir para a ampliação do campo de práticas pedagógicas na EJA e para o reconhecimento dos museus como espaços formativos potentes no diálogo entre ciência, cultura e experiência. |