Das Montanhas de Minas ao Oceano: Os Caminhos da Ciência para um Futuro Sustentável

20 a 25 de outubro de 2025

Trabalho 20083

Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Dimensões Institucionais: ODS16
Setor Departamento de Letras
Bolsa FAPEMIG
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro FAPEMIG
Primeiro autor Alan de Paula Brusco
Orientador RONY PETTERSON GOMES DO VALE
Título Corta para a Escravidão: as estratégias de dramatização do discurso na trilogia de Laurentino Gomes
Resumo Enraizado na imprensa desde o século XIX, a prática do sensacionalismo se tornou bastante popular nos jornais mais baratos e de mais fácil acesso para a população brasileira em geral. De forma bastante observadora, os editoriais populares perceberam que falar de temas fortes como crimes, assassinatos, violência, coisas sangrentas em geral era um sinônimo de aumento no número de tiragens de um jornal, e, concomitantemente, de lucro. Não se retira completamente o caráter informativo, mas esse é colocado em segundo plano pela intensidade com que se conta, reduzindo, de certa forma, a complexidade dos fenômenos sociais. A partir disso, levanta-se a questão de como essa semente do espetáculo se apresentaria em um livro cujo tema principal fosse a história do período escravocrata no Brasil, período marcado pelo tratamento desumano e brutal contra o povo escravizado, e se esse livro fosse vendido como uma referência da historiografia sobre esse sistema que reinou durante a colonização do Brasil. Na presente pesquisa, será investigado a trilogia Escravidão do jornalista Laurentino Gomes, um best-seller publicado pela Globo Livros entre 2019 e 2022, com intuito de evidenciarmos as marcas estratégicas de dramatização discursivas, próprias do discurso midiático, apropriadas para um texto historiográfico como elementos de captação do leitor. Para tal análise, inicialmente pretende-se utilizar como aparato teórico-metodológico a Teoria Semiolinguística de Patrick Charaudeau, mais especificamente seus postulados sobre o discurso das mídias e sobre os Modos de Organização do Discurso. Essa teoria oferece um maquinário de categorias bastante eficaz para a análise das estratégias de dramatização que serão exploradas ao longo deste estudo. Estando ainda em desenvolvimento, a hipótese para os resultados é que, em tais textos de Laurentino Gomes, haja uma predominância do modo delocutivo na postura do narrador perante seu discurso, assim como a presença de qualificações e quantificações subjetivas e imprecisas cujo o efeito seja uma tentativa de causar um impacto no leitor, e também uma construção do personagem “escravos” como uma vítima das ações brutais daquele período. Tendo tais resultados alcançados conforme esperado, será possível provar que o narrador no corpus, que parece se construir como um historiador, na verdade modaliza seu discurso com elementos do jornalismo sensacionalista para discutir um fenômeno histórico, reduzindo-o da sua complexidade para captar e vender.
Palavras-chave Semiolinguística, estratégias discursivas, escravidão
Apresentações
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