Resumo |
A injúria por frio é o principal distúrbio fisiológico causado por temperaturas subcríticas que afeta a qualidade visual e, consequentemente, o valor comercial dos produtos hortícolas. Tendo em vista que a banana é um fruto tropical, sua sensibilidade ao frio é maior comparada aos frutos temperados. Portanto, temperaturas abaixo de 10 °C são consideradas indutoras de injúria por frio em banana, com o aparecimento de pontuações necróticas e descoloração da casca, os principais sintomas visuais desse distúrbio. Tendo em vista que a sensibilidade ao frio dos frutos pode variar por inúmeros fatores pré e pós-colheita, objetivou-se avaliar a susceptibilidade à injúria por frio de banana colhida em diferentes estádios de maturação e submetidos aos tratamentos hidrotérmico e ácido salicílico. Para isso, bananas da cultivar Willians foram colhidas com 11 e 13 semanas após a emissão da inflorescência (SEI) em pomar comercial localizada no município de Russas, Ceará, Brasil. Os tratamentos pós-colheitas avaliados como mitigadores da injúria por frio foram o tratamento hidrotérmico por imersão a 49±1°C por 10 min e a aplicação por imersão dos frutos em solução de ácido salicílico 1,5 mM a 25°C durante 10 min. Os frutos controles foram os não submetidos a nenhum desses tratamentos pós-colheita. Após a aplicação dos tratamentos, os frutos foram submetidos ao armazenamento refrigerado (6°C e 92% de UR) por 3 e 8 dias. Ao final de cada período de armazenamento refrigerado, os frutos foram submetidos à temperatura ambiente de 22°C e 70% de UR por 4 dias para simular a vida de prateleira. Após a retirada das bananas da câmara fria, os frutos de todos os tratamentos foram imersos em solução de ethephon 1500 ppm por 5 min para simular a indução do amadurecimento praticada em escala comercial. O índice de injúria por frio, o parâmetro de cor luminosidade (L*), a taxa respiratória, o conteúdo de fenólicos totais e a permeabilidade de membrana foram estabelecidos como variáveis respostas. De modo geral, a incidência da injuria por frio foi menor nos frutos colhidos com 11 SEI e nos frutos submetidos ao tratamento hidrotérmico. O teor de fenólicos totais não mostrou uma relação clara com os níveis dos danos do frio em banana. A taxa respiratória dos frutos foi fortemente influenciada pelos estádios de maturação, mas foi pouco alterada pelos tratamentos pós-colheita. Em contraste aos tratamentos controle e com ácido salicílico, o tratamento hidrotérmico reduziu a sensibilidade da membrana celular, evidenciado pela menor permeabilidade de membrana, e propiciou maiores valores de L*. Desse modo, os frutos colhidos em estádios de maturação mais avançado são mais sensíveis à injuria por frio e o tratamento hidrotérmico é eficiente em mitigar os sintomas desse distúrbio em condições moderada de estresse por frio. Por outro lado, o tratamento com ácido salicílico é pouco eficaz em reduzir a susceptibilidade à injuria por frio. |