“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 17701

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Linguística
Setor Departamento de Letras
Bolsa FAPEMIG
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro FAPEMIG
Primeiro autor Fernanda Mola Bechelli
Orientador APARECIDA DE ARAUJO OLIVEIRA
Outros membros Flavianne Ignêz Correia de Oliveira, Tharles Alberto de Carvalho
Título Mantendo a naturalidade e o sentido na tradução de eventos de movimento de romances do inglês para o português do Brasil: como atuam os distintos padrões de lexicalização?
Resumo Tipologicamente, há dois principais padrões de lexicalização (PL), ou codificação, dos eventos de movimento (EM) nas línguas (TALMY, 2000). Um EM contém os seguintes componentes semânticos: figura, fundo e trajeto, além do próprio movimento e coeventos, como maneira, causa etc. Esses componentes são codificados por diferentes classes gramaticais, a depender do PL típico na língua, definido pela codificação do componente trajeto. O inglês é uma língua de moldura de satélite (MS), ou seja, o trajeto é tipicamente indicado por um satélite ou um sintagma nominal, e o verbo (V) descreve a maneira do movimento, como neste trecho de The Grapes of Wrath (GOW), de J. Steinbeck: “Tom sauntered forward, sidled embarrassedly toward the truck”. O trajeto está no satélite “forward” (para frente) e no SP toward the truck (em direção ao caminhão), e a maneira nos V “saunter” (deslocar-se de maneira lenta) e "sidle" (caminhar de maneira cautelosa). Já o português é um idioma de moldura verbal (MV), com o trajeto comumente expresso no V e a maneira é ignorada ou retratada perifericamente, como na tradução “[Tom] Joad continuou lentamente, e contornou o caminhão". O trajeto está nos V “continuar” e “contornar” e a maneira, no ADV “lentamente”. A maneira tende a ser expressa no radical do V nas línguas MS, e, nas línguas MV, fora do predicado principal, em gerúndios ou em ADV. No discurso, a gramática de uma língua dá mais ênfase a um ou a outro componente semântico, como explica a Hipótese Pensar para Falar (SLOBIN, 1987). Na tradução, Slobin (2004) observou que, quando a língua fonte e a língua alvo têm PL distintos, os tradutores tendem a ater-se ao padrão da língua alvo. Assim sendo, além do romance já mencionado, escolheu-se também analisar amostras de cenas de movimento da obra The Secret Agent (SA), de J. Conrad, e sua versão em português do Brasil (PB). Buscou-se identificar as estratégias de tradução dessas cenas para compreender o PL predominante na tradução. No total, foram extraídas 50 amostras de EM dos dois livros que, originalmente, seguem o PL MS e suas respectivas traduções para o PB. Das 26 amostras de GOW, 11% seguiram o PL MS da língua fonte na tradução; 19%, o PL MV do idioma alvo; 42%, no PL MV, mas com a maneira perdida; em 23%, os V expressam maneira e trajeto; 1 amostra (2%) foi traduzida seguindo o PL MV e o fundo foi perdido. Nas 24 amostras de SA, 25% foram traduzidas seguindo PL MS da língua fonte; 29%, no PL MV do idioma alvo; 16%, no PL MV, mas com a maneira perdida; em 25% das traduções, os V expressam maneira e trajeto; e 4% foram traduzidas seguindo o PL MV e o trajeto foi perdido. Com recorrências distintas, os mesmos PL foram usados pelos tradutores. A maior perda semântica ocorreu no componente maneira. As traduções com maior naturalidade foram efetuadas seguindo o PL MV ou que dispuseram de V do PB que contém maneira e trajeto em seus radicais. Já as traduções que preservaram o padrão MS soam pouco naturais.
Palavras-chave padrão de lexicalização, tradução inglês-português, movimento
Forma de apresentação..... Painel
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