Resumo |
Em consequência ao rompimento da barragem em Mariana (MG), foi necessária a busca de métodos que minimizassem o efeito dos metais potencialmente tóxicos na biota do solo e na cadeia alimentar. Assim, o uso da fitorremediação, a partir de plantas nativas inoculadas com fungos micorrízicos, pode auxiliar na recuperação desse espaço. Além disso, pode contribuir para a revegetação das áreas degradadas que foram afetadas pela alta deterioração dos solos, em decorrência da extração mineral. As altas concentrações de metais que o ambiente foi exposto é considerada uma ameaça ao desenvolvimento e estabelecimento de comunidades vegetais. Objetivou-se, assim, avaliar as alterações anatômicas e as trocas gasosas em folhas de Joannesia princeps Vell (Euphorbiaceae) após inoculação com fungos micorrízicos arbusculares (FMA). Para isso, mudas de J. princeps foram submetidas a tratamentos com e sem inóculo de FMA nas concentrações de 0, 2, 4 e 8 mM de CuSO4 durante 60 dias. Após esse período, foram medidas as trocas gasosas das folhas. Amostras foliares foram fixadas com glutaraldeído (2,5%), incluídas em historresina e cortadas transversalmente em micrótomo automático. Posteriormente, as lâminas foram coradas com Azul de Toluidina. As folhas sem inóculo apresentaram aumento gradual nas projeções de parede no parênquima lacunoso a partir de 4 mM de CuSO4. No tratamento de 8 mM de CuSO4 sem inóculo ocorreu diminuição visual dos espaços intercelulares. Já no tratamento de 8 mM de CuSO4 com inóculo, tanto o parênquima paliçádico, quanto o parênquima lacunoso tiveram um arranjo semelhante ao controle sem inóculo. Nas plantas com inóculo, foi encontrado um aumento significativo da condutância estomática (65%), da transpiração (46%) e da taxa fotossintética (70%). Além disso, foi encontrada alta concentração interna de CO2 nas mudas sem inóculo. No controle foi visto um aumento de 22% em 8 Mm de CuSO4. Dessa maneira, mesmo apresentando mudanças nas trocas gasosas, a eficiência do uso da água e a concentração da clorofila não apresentaram mudanças, já que a concentração de Cu+2 não afetou a fase fotoquímica da fotossíntese. Observou que o inóculo usado favoreceu o crescimento das mudas de J. princeps, melhorando sua tolerância a diferentes concentrações de CuSO4. |