“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 17675

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Botânica
Setor Departamento de Biologia Vegetal
Bolsa CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Camila Santos Meireles
Orientador LUZIMAR CAMPOS DA SILVA
Outros membros Larisse de Freitas Silva
Título Alterações anatômicas em Bixa orelleana L. (Bixaceae) em resposta ao herbicida glifosato
Resumo O glifosato é um dos herbicidas mais utilizados no controle de plantas que ocorrem espontaneamente em campos de produção. Durante a sua aplicação, parte do herbicida pode ser transportada pelo vento, expondo plantas não-alvo ao chamado efeito deriva. B. orellana é uma espécie nativa do Brasil com ampla distribuição no território nacional inclusive em regiões de intensa produtividade agrícola. Consequentemente, está sujeita à exposição constante da deriva. Considerando a importância ambiental da preservação de plantas nativas e a relevância econômica na indústria alimentícia devido a produção do corante natural “urucum”, tivemos como objetivo avaliar as respostas anatômicas da espécie em resposta ao glifosato e indicar os riscos da exposição de plantas nativas a poluentes como os herbicidas. Mudas de B. orellana receberam única aplicação do glifosato nas concentrações: 0; 180; 360; 720 e 1440 g.ia.ha-1 e foram avaliadas diariamente. Nas doses 720 e 1440 g.ia.ha-1 surgiram manchas cloróticas no 3° dia após aplicação e as necroses apareceram no 4° dia. No 7° dia as amostras foliares foram coletadas e processadas de acordo com as normas usuais de anatomia vegetal para avaliação estrutural em microscopia de luz e histoquímica para testes com vermelho de rutênio para detecção de compostos pécticos, floroglucina ácida para lignina, lugol para detecção de amido e cloreto férrico III para compostos fenólicos. Foi realizada quantificação de ácido chiquímico em folhas do terceiro nó. Mesmo nas folhas sem sintomas visuais da menor dose houveram alterações nas células na nervura mediana. A partir da dose 360 g.ia.ha-1 foram vistos cloroplastos com aspecto hipertrófico na lâmina foliar além de redução da câmara subestomática e dos espaços intercelulares do parênquima lacunoso. Na nervura mediana houve retração de protoplasto e presença de compostos fenólicos. Os sintomas foram mais acentuados nas maiores doses, tendo alterações nas células do floema das mudas tratadas com a dose 720 g.ia.ha-1 e colapso de células epidérmicas, acúmulo de compostos fenólicos e formação de tecido de cicatrização na dose 1440 g.ia.ha-1. O teste com vermelho de rutênio e floroglucina ácida não evidenciou alterações na deposição de compostos pécticos e lignina, entretanto, foi possível observar redução dos grânulos de amido na maior dose em comparação com o controle no teste com lugol. A reação com cloreto férrico III evidenciou a presença crescente dos compostos fenólicos nas desde a dose 180 até 1440 g.ia.ha-1. A exposição ao glifosato provocou aumento na concentração de ácido chiquímico a partir da dose 720 g.ia.ha-1. Os resultados anatômicos combinados com o acúmulo de ácido chiquímico nas folhas da espécie estudada comprovam que B. orellana é impactada pela presença do glifosato, comprovando que a exposição ao herbicida é um risco para as plantas nativas sujeitas à deriva.
Palavras-chave Glifosato, urucum, espécie nativa
Forma de apresentação..... Painel
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