Resumo |
Visando a redução dos danos causados por Spodoptera frugiperda no estabelecimento de lavouras de milho, produtores realizam o tratamento das sementes com inseticidas, na busca de um estande adequado para obtenção de alta produtividade. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial de controle populacional de Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) em plantas de milho protegidas como o tratamento de sementes a base de inseticidas, considerando o hábito fitófago das larvas e o tempo após emergência das plantas. Para isso, foi conduzido um ensaio em casa de vegetação na UFV, composto de dois bioensaios, um para lagartas de 3º instar (infestadas no cartucho da planta) e outro para lagartas de 5º instar (infestadas na base do colmo da planta). Os experimentos foram conduzidos em DIC, em esquema fatorial 3 (inseticidas) x 7 (datas de emergência das plantas) com 10 e 21 repetições (plantas) para lagartas de 3º e 5º instar, respectivamente. Os princípios ativos dos inseticidas utilizados no tratamento de sementes do milho BRS 3046 foram: tiodicarbe + imidaclopride (1,75 L/100 kg), clorantraniliprole (72 mL/60 mil sementes) e ciantraniliprole (200 mL/200 kg). As plantas de milho foram obtidas a partir do plantio escalonado, obtendo sete idades distintas de plantas (1, 3, 7, 14, 21 e 28 dias após emergência). A mortalidade das lagartas e suas injúrias nas plantas foram contabilizadas 96 h após a infestação nos dois ensaios. Cada planta foi infestada com cinco larvas e a injuria foi verificada por escala variando de 1 a 9 (5 categorias) atribuindo nota à planta que estava: morta (9), cortada ou roletada (7), broqueada (5), raspada (3) e sem injúria visível (1). Os resultados dos experimentos mostraram que todos os inseticidas testados (ciantraniliprole, clorantraniliprole e tiodicarbe+imidaclopride) causaram mortalidade de larvas de 3º instar superior a 80% do 1º ao 11º dia após a emergência das plantas e as protegeram contra injúrias das lagartas advindas de infestação no cartucho. Resposta semelhante foi obtido para larvas de 5º instar, das quais os inseticidas, entre 2 e 8 dias após a emergência das plantas, causaram mortalidade acima de 80% e protegeram contra injúria das lagartas que se alimentaram na base da planta. Esses resultados indicam que o uso de tratamento de sementes com inseticida ciantraniliprole, clorantraniliprole ou a mistura tiodicarbe + imidaclopride protege as plantas de milho contra injúrias de larvas de S. frugiperda até 11 dias após emergência da cultura. A eficácia satisfatória (mortalidade acima de 80%) do tratamento de semente com os referidos inseticidas em S. frugiperda inicia-se no 1º dia após a emergência das plantas de milho e vai até 10 dias se o ataque for no cartucho, e do 2º ao 8º dia de emergência se o ataque ocorrer na base do colmo. O tratamento de semente com inseticidas sistêmicos pode ser eficaz no controle de noctuídeos desfolhadores e roletadores de colmo. |