“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 17646

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Agrárias
Área temática Física Geral
Setor Departamento de Economia Rural
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Julyana de Carvalho Torres
Orientador PAULA CRISTIANE TRINDADE GONCALVES
Título Mulheres rurais nas estatísticas: reflexões sobre a construção de agenda pública de desenvolvimento rural
Resumo O Censo Agropecuário 2017 com o objetivo retratar a realidade agrária do Brasil incluiu novos instrumentos de registro da presença de mulheres na condição de produtora rural e na direção do estabelecimento agropecuário. As estatísticas induzem percepções sobre o que fazemos e como fazemos, e ajudam a revelar ou esconder distinções sociais. E, nem sempre, foram capazes de perceber as assimetrias de gênero e a real contribuição das mulheres para o desenvolvimento rural. Diante disso, o objetivo neste estudo é compreender a influência das estatísticas oficiais para a construção de uma agenda pública sobre igualdade de gênero no meio rural brasileiro. Bem como, discutir o porquê o empoderamento das mulheres contribui para o desenvolvimento rural. O artigo se caracteriza como de caráter exploratório com a coleta de dados bibliográficos e estatísticas oficiais. O censo agropecuário de 2017 indica que as mulheres são 47,5% da população do meio rural, são 946,1 mil mulheres que trabalham como produtoras, o que representa 19% do total. Também foi a primeira vez que este levantamento trouxe informações de direção nos estabelecimentos relacionados às mulheres e idosos. São 1.029.640 estabelecimentos compartilhados pelo casal, o que representa 20% do total, sendo 817 mil mulheres dividindo a direção com o cônjuge.
Os dados do censo agropecuário também apontaram que em 2017, havia 15,1 milhões de pessoas ocupadas nos estabelecimentos classificados como agropecuários; isso representou uma queda de 1,5 milhões de pessoas em relação ao Censo Agropecuário anterior, realizado em 2006. Contudo, segundo Hora; Nobre e Buto (2021) dados do censo agropecuário representam uma foto estática de um fenômeno ou conjuntura e buscam qualificar os principais aspectos sintéticos de uma certa temática. Ou seja, há a necessidade de entender as dinâmicas socioeconômicas que resultam nesta representação. Partindo da sociologia econômica e economia feminista, destaca-se a necessidade de constituir um paradigma mais apropriado de análise da economia que integre as atividades econômicas, as da reprodução social e da sustentabilidade da vida humana. Na discussão, o entendimento permite compreender a importância em busca do desenvolvimento rural. Entende-se que a relação das mulheres com o trabalho na propriedade rural não é característica intrínseca ao feminino, mas baseadas na distribuição desigual de poder. E por outro lado há uma luta pelo seu reconhecimento e dignidade enquanto ser capaz de ocupar espaços políticos, culturais e econômicos. As desigualdades em relação às mulheres nos sistemas agroalimentares modernos fica mais acentuada do ponto de vista étnico-racial. Por fim, os dados obtidos permitem inferir que o desenvolvimento rural poderá ser atingido quando transformações sociais geram mais equidade de gênero.

Referências
HORA, K; NOBRE, M; e BUTTO, Andrea. As mulheres no censo agropecuário 2017. Mudança climática,
energia e meio ambiente. São Paulo: maio de 2021.
Palavras-chave Gênero, censo agropecuário, desenvolvimento sustentável.
Forma de apresentação..... Painel
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