Resumo |
O feijão comum vermelho (Phaseolus vulgaris L.) é uma leguminosa amplamente consumida por várias culturas. Seus grãos são importante fonte de proteínas, carboidratos, fibra alimentar, vitaminas e minerais. No entanto, em virtude das perdas ocasionadas durante a produção e o armazenamento, causadas pelo ataque de insetos-pragas, o seu cultivo apresenta certas limitações. Como maneira de evitar essas perdas e otimizar sua produção, o uso do ozônio tem se tornado uma ótima alternativa, considerado de uso seguro e uma tecnologia ecologicamente correta para inativar microrganismos e controle de insetos-pragas, bem como para degradar micotoxinas e resíduos de agrotóxicos em grãos e subprodutos armazenados. Sendo assim, com objetivo de controlar insetos-pragas e a degradação de resíduos de inseticida um estudo feito pelo Departamento de Engenharia Agrícola determinou a concentração de 61,37mg/L com aplicação de 10 injeções de ozônio sob baixa pressão nos grãos do feijão como sendo eficaz nesse processo. Baseado nessa concentração, esse trabalho reforçou os estudos avaliando se esse tratamento provoca alterações nas características físicas e químicas dos grãos. Para a aplicação do ozônio, os grãos de feijão foram submetidos em sistema fechado a baixa pressão, a injeção do gás ozônio foi aplicada na parte superior do corpo cilíndrico da câmara por meio de um orifício. Em cada tratamento, foi inserido no interior da câmara hipobárica amostras de 5,5 kg de grãos embalados em sacos de polietileno trançado. Foram realizadas análises da composição centesimal, quantificação de compostos fenólicos totais, medida da capacidade antioxidante pelos métodos radicais DPPH e ABTS e análise da cor. Não houve diferença significativa (p>0,05), na composição centesimal, entre as amostras de feijão tratadas e não tratadas com ozônio que apresentaram teores de proteínas totais de 19,3% e 18,8%; água total de 11,6% e 11,4%; resíduos de minerais de 3,4% e 3,6%, lipídeos de 1,4% e 1,1% e carboidratos totais de 64,4% e 65,2%, respectivamente. Foi observada uma ligeira perda (p<0,05) na quantificação de compostos fenólicos entre as amostras de feijão tratadas e as não tratadas com ozônio. Entretanto, não houve perdas na capacidade antioxidante e na cor de feijões tratados com ozônio. Ao longo de 180 dias de armazenamento dos grãos de feijões notou-se diminuição no teor de compostos fenólicos e perda da capacidade antioxidante tanto para as amostras tratadas e não tratadas (p<0,05). Logo, a aplicação de ozônio sob baixa pressão reforça o uso de uma tecnologia eficiente no controle de insetos-pragas sem causar alterações significativas nas características físicas e químicas em grãos de feijão comum vermelho. |