Resumo |
O milho é uma das culturas de cereais mais importantes do mundo, e alta infestação por insetos-praga é um dos principais fatores de perda de produtividade da cultura. A lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda (JE Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) é principal praga da cultura no mundo, principalmente após 2016 por colonizar países da África, Ásia e Oceania. O manejo da lagarta-do-cartucho é considerado uma importante prática para se evitar grandes perdas de produtividade em milho. Manter a eficácia dos métodos de controle é um desafio na agricultura intensiva e requer pesquisa sobre a atual eficiência das táticas de manejo da praga. Neste trabalho, foi determinada a mortalidade por seis inseticidas em populações de campo de S. frugiperda provenientes de diferentes regiões brasileiras. Também foi avaliado o risco de falha de controle e sobrevivência de lagartas de diferentes instares. Os inseticidas foram utilizados na dose de campo recomendada usando o método do mergulho foliar no preparado do inseticida diluído em água. Nos bioensaios, pequenas secções foliares (5 cm) do cartucho de milho não-Bt foram imersas por 5 s no preparado do inseticida ou somente em água no tratamento controle. Após secas, as folhas de milho tratadas foram acondicionadas em recipientes plásticos de 250 mL contendo um disco de papel toalha úmido para evitar a perda de umidade pela folha e manter a qualidade da mesma até o período da avaliação. Foram transferidas 10 lagartas de 3º ínstar para cada um dos recipeintes, os quais foram mantidos a 27 ± 0.5°C, umidade relativa de 70 ± 15% e fotoperíodo de 14 L:10 E. A mortalidade dos insetos foi avaliada após 48 h de exposição e as lagartas foram consideradas mortas se observado ausência de movimentação ao tocá-las com um pincel de ponta fina. O experimento foi montado em delineamento inteiramente casualizado com 6 inseticidas, 8 repetições e 7 populações de S. frugiperda. Os resultados mostraram risco de falha de controle da lagarta-do-cartucho pelos inseticidas lambda-cialotrina, flubendiamida, clorantraniliprole, clorpirifós e espinosade. Esses inseticidas causaram menos de 80% de mortalidade das lagartas quando aplicados na concentração equivalente à dose recomenda no bula do produto. Os inseticidas clorantraniliprole, espinosade e clorfenapir causaram substancial mortalidade de lagartas pequenas (0,5-1,0 cm), médias (1,1-2,5 cm) ou grandes (2,5-4,0 cm). Em contraste, o inseticida lambda-cialotrina permitiu sobrevivência larval maior que 75%. Em suma, esses resultados indicam que há risco de falha de controle para alguns dos inseticidas testados e que tal risco pode variar com o tamanho das lagartas, sendo maior para aquelas de estágios de crescimento mais avançados. |