“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 17562

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Extensão
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Medicina veterinária
Setor Departamento de Veterinária
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Vanessa Lopes de Souza
Orientador ERNANI PAULINO DO LAGO
Outros membros Anaïs de Castro Benitez, Caroline Amorim Catheringer, Felipe Sperandio de Mattos, Giulia Ornellas Fuzaro Scaléa, JOSE DE OLIVEIRA PINTO, Luiza Pinheiro Andrade, Miriam Ferreira do Lago, Ytalo Galinari Henriques Schuartz
Título Caudectomia em vaca leiteira: relato de caso
Resumo Em países como Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia e Canadá, a caudectomia é prática comum em rebanhos leiteiros, sob alegação de melhorar a higiene do úbere e reduzir mastites. Contudo, estudos demonstraram não haver diferenças significativas nos índices de mastites ou na qualidade do leite, que possam ser atribuídas ao corte da cauda. Ademais, é crucial que quaisquer vantagens possíveis sejam ponderadas contra as desvantagens, incluindo a dor e o sofrimento animal. No Brasil, a caudectomia tem sido realizada em situações clínico-cirúrgicas, geralmente após trauma e ferimentos diversos não cicatrizados, onde há indicação terapêutica para remoção da cauda. O objetivo deste resumo é relatar uma caudectomia em vaca leiteira. Em 20 de maio de 2022, durante aula prática de clínica, na fazenda Bela Vista, no município de Presidente Bernardes – MG, foi atendida uma vaca holandesa de quatro anos, em lactação no sistema “compost-barn”. O proprietário relatou que ela tinha um ferimento na cauda há dois meses, que não cicatrizava e sangrava frequentemente. Ao exame físico foi observado ausência da extremidade caudal, e o coto, na altura do terço final, apresentava uma ferida crônica, com retração da pele e exposição de tecidos que sangravam periodicamente. O tratamento nesses casos é a caudectomia, extirpando toda a região comprometida e promovendo a cicatrização completa da ferida cirúrgica. A cirurgia foi feita sob anestesia epidural e local. Foi realizada tricotomia e antissepsia, seguida de garroteamento na base da cauda para reduzir o sangramento de artérias e veias no campo cirúrgico. Prosseguiu-se com uma incisão elíptica (meia lua), lateralmente ao nível da articulação vertebral anterior ao local da ferida, em região hígida, descomprometida pela lesão. Dissecou-se e promoveu-se a retração da pele no sentido proximal, obtendo assim sobra de pele para a sutura final. Em seguida, foi feita a desarticulação vertebral e extirpação do coto doente. A sutura de pele foi realizada com fio de nylon 0,40 em pontos isolados simples. Foi feita bandagem, e aplicação de antibacteriano e anti-inflamatório. Recomendou-se a manutenção da bandagem e retirada dos pontos aos 15 dias pós-cirúrgico. Após trinta dias havia completa cicatrização da ferida. Atualmente, o consumidor de lácteos exige da cadeia produtiva mais do que qualidade do produto, ele exige que o sistema de produção respeite o animal e lhe dê garantias de bem-estar durante toda sua vida. Os efeitos do corte da cauda na vaca leiteira, além de não ter comprovado benefício para a qualidade do produto, pode provocar, pelo menos em algum grau, dor e angústia no animal, além de efeitos adversos como neuromas que geram dor crônica no coto da cauda. Assim, até que os benefícios do corte de cauda sejam comprovados e possíveis problemas de bem-estar sejam descartados, a caudectomia em vacas deve ser legalmente recomendada somente quando houver indicação terapêutica, por médico veterinário.
Palavras-chave Caudectomia, bovinos, bem-estar
Forma de apresentação..... Painel
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