Resumo |
O farelo de soja (FS) é a principal fonte proteica utilizada pelos nutricionistas nos confinamentos brasileiros. Porém, o FS é um produto de alto valor comercial, sendo um dos ingredientes mais caros em dietas para animais. Dessa forma, para reduzir o custo total com alimentação nesses sistemas, é necessário utilizar alternativas com menor preço por kg de PB em substituição ao FS. A ureia é uma tecnologia de fácil acesso, com alto teor de nitrogênio, com menor preço. Visando a redução de custos com a alimentação, objetivou-se com esse trabalho avaliar os efeitos da substituição parcial ou total do FS por ureia, sobre o ganho e rendimento de carcaça em bovinos F1 Nelore x Red Angus. O trabalho foi conduzido no confinamento experimental do departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa. Foram utilizados 35 bovinos F1 Nelore x Red Angus, não castrados, com idade média de 8 ±1 meses, peso corporal médio de 382 ± 7 kg. Cinco bovinos foram abatidos no início do experimento para estimar o peso e rendimento de carcaça inicial dos animais. Os demais foram distribuídos em 3 grupos, por um delineamento inteiramente casualizado. Os animais foram alocados em baias coletivas providas de cochos e bebedouros eletrônicos (Intergado®), nas quais permaneceram pelo período de 84 dias experimentais, recebendo alimentação ad libitum. Foram avaliados os seguintes tratamentos: U-1%: substituição de 52.6% do FS por ureia (%MS da dieta), U-1.5%: substituição de 75% do FS por ureia (%MS da dieta) e U-2%: substituição de 100% do FS por ureia (%MS da dieta). Os animais receberam silagem de milho em uma relação volumoso: concentrado de 20:80 (com base na MS) e as dietas foram formuladas de acordo com as exigências estimadas pelo sistema BR-CORTE (2016), visando um ganho de 1,3 kg/dia. Ao final do período experimental, todos os animais foram abatidos via insensibilização e secção da jugular para sangramento total. Após o abate, a carcaça de cada animal foi separada em duas meias carcaças, as quais foram pesadas, sendo determinado o peso de carcaça quente (PCQ) e o rendimento de carcaça quente (RCQ) e, em seguida, resfriadas (4oC/±18 horas). Decorrido esse tempo, as meias carcaças foram retiradas da câmara fria, pesadas, obtendo-se o peso de carcaça fria (PCF) e o rendimento de carcaça fria (RCF). Foram também estimados os ganhos de carcaça quente (GCQ) e fria (GCF). Os dados foram analisados em delineamento inteiramente casualizado, utilizando o procedimento PROC MIXED do SAS. Para os testes, foi considerado 5% como nível crítico de probabilidade para ocorrência do erro tipo I. Não houve efeito (P > 0,05) das dietas para o PCQ, RCQ, PCF, RCF, GCQ e GCF. Portanto, conclui-se que a substituição total do FS por ureia, não interfere no ganho e rendimento de carcaça dos animais, podendo ser utilizada como estratégia para a redução de custos da dieta de bovinos machos cruzados. |