Resumo |
O Mycoplasma hyopneumoniae é considerado o causador primário da pneumonia enzoótica suína, doença crônica, contagiosa, amplamente disseminada que acarreta prejuízos econômicos devido a diminuição do desempenho e pelo impacto sanitário. Então, é de suma importância estudar a dinâmica da doença e buscar novos meios de controle da enfermidade. Foi conduzido no DVT-UFV um ensaio de infecção experimental, a fim de estudar a dinâmica de infecção e patogenicidade de dois novos isolados de campo (UFV01 e UFV02). Foram utilizados 20 leitões (13,750 + 1,33 kg) com 35 dias de idade sendo utilizados dois grupos teste (n=8/grupo) e um grupo negativo (n=4). Um grupo teste foi inoculado com a cepa UFV01, o segundo com a cepa UFV02 e o controle negativo (CN) foi inoculado com meio Friis estéril. Os animais foram desafiados por via intratraqueal com 107 CCU (Color Change Unit) de cada cepa. Nos dias 0, 07, 14, 21, 28 e 35 dias pós infecção (DPI), foram coletados swabs de laringe a fim de determinar a presença e a carga bacteriana dos animais. As amostras foram submetidas a extração de DNA (Fenol x Clorofórmio), e, em seguida, a reação de qPCR. Foi utilizando o primer forward 5′-TAAGGGTCAAAGTCAAAGTC-3′, reverse 5′-AAATTAAAAGCTGTTCAAATGC-3′ sonda 5′-FAM-AACCAGTTTCCACTTCATCGCC-§BHQ2−3’. A curva padrão foi construída a partir de uma clonagem utilizando o kit Clone JET PCR Cloning juntamente com celula competente TOP10. Após a clonagem o DNA foi extraido e quantificado com kit Qubit_dsDNA_BR_Assay. A curva foi diluida de forma seriada de 107 até 102. A eficiência da reação de qPCR variou entre 101,73 / 98,62 %; R2 de 1 até 0,9931; e slope de −3,281 até −3,355. Para a reação foi utilizado 10 μL Master mix Go taq®, 1 μL de cada par de primer (Invitrogen,), 0,6 μL de sonda (IDT), 2,7 μL água e 2 μL de DNA da amostra, totalizando 20 μL. A reação se deu com desnaturação por 3 minutos a 95 °C e um ciclo de anelamento/extensão 55,7 °C for 1 min. Os animais do controle permaneceram negativos durante todo período. Nos dias 0 e 07 os grupos desafiados permaneceram negativos. Nos dias 14, 21, 28 e 35 o grupo UFV01 apresentou respectivamente 75; 87,5; 100 e 87,5% de positividade, Ct médio 34,18; 33,7; 33,14 e 30,24 o que representa carga bacteriana média de 3,76E+02; 4,36E+02; 1,44E+03 e 1,25E+04. Já o grupo UFV02, nos dias 14, 21, 28 e 35 apresentou 37; 75; 87,5 e 87,5% de positividade, Ct médio de 35,16; 32,69; 33,09 e 32,29 o que corresponde a carga bacteriana média de 1,82E+02; 8,33E+02; 1,44E+03 e 2,50E+03 respectivamente. O grupo UFV01 obteve mais animais positivos, detecção de forma mais precoce e carga bacteriana maior, apesar de não configurar diferença estatística quando comparado ao UFV02. Esses resultados demonstram que ambos os isolados são patogênicos, e indicam um potencial patogênico maior da cepa UFV01, porém para uma determinação mais conclusiva do potencial patogênico de ambas as cepas, outras parâmetros de avaliações e mais estudos são necessários. |