“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 17520

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Agrárias
Área temática Recursos florestais e engenharia florestal
Setor Departamento de Solos
Bolsa Outros
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro Outros
Primeiro autor Talita Guarconi
Orientador IRENE MARIA CARDOSO
Outros membros Arthur Queiroz Rosin, Nancy Aide Cardona Casas, Thais Monteiro de Jesus
Título Uso da cromatografia Circular de Pfeiffer na avaliação participativa da qualidade de solos atingidos pelo rejeito da barragem em Mariana
Resumo As comunidades que vivem às margens do rio Doce foram fortemente atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão em Mariana (MG), em 2015. O rejeito atingiu as baixadas onde agricultores/as cultivam seus alimentos e gerou perdas de produtividade e de identidade com o local que abriga memórias ancestrais. Estudos acerca da toxicidade oriunda de metais pesados depositados nesses ambientes são controversos e geram insegurança e indignação nas famílias. Independentemente dos resultados das pesquisas científicas, as famílias observam e afirmam que as plantas não crescem mais com a saúde e vitalidade que cresciam antes, o que coloca em risco a soberania alimentar da comunidade. A avaliação participativa da qualidade desses agroecossistemas é uma forma de empoderar a comunidade e reconhecer a importância da sabedoria local, que articulada com o conhecimento científico, pode auxiliar nas tomadas de decisões. Objetivou-se avaliar de forma participativa a qualidade dos solos afetados e não afetados pelo rejeito. Amostras de solos foram coletadas nessas áreas e avaliadas utilizando a Cromatografia Circular de Pfeiffer (CCP), que permite caracterizar misturas complexas, como é o solo. Na CCP ocorre uma separação física dos componentes do solo, a partir da retenção seletiva dos componentes de uma fase móvel (solo + NaOH) que percorre, por capilaridade, uma fase estacionária (papel filtro + AgNO3), onde formam padrões radiais com cores e formas características. A fotografia do solo é revelada com a exposição, por 10 dias, do papel filtro à luz indireta do Sol, o que torna os cromas mais nítidos. Após análises comparativas, observou-se que muitos dos solos afetados pelo rejeito apresentam uma transição abrupta entre as zonas internas e externas do croma, e uma coloração cinza em algumas delas, o que pode sinalizar uma descontinuidade entre os processos de decomposição e mineralização da matéria orgânica, mediados pela vida do solo. Observou-se também que as amostras dos solos que estavam em área sem cobertura vegetal apresentaram padrões concêntricos e zonas que não se integram, além de uma coloração marrom opaca. Os padrões revelados são interpretados tendo como referência a literatura e possibilitam uma análise sistêmica da qualidade dos solos, aliada aos conhecimentos dos agricultores e dos pesquisadores. Com a prática, adquire-se habilidades para a interpretação visual dos cromas que revelam aspectos relacionados à matéria orgânica, atividade enzimática, aeração, compactação, adubação nitrogenada excessiva, agrotóxicos, dentre outros. A Cromatografia de Pfeiffer foi eficaz para diferenciar a qualidade dos solos afetados pelo rejeito e pode ser incorporada em processos de monitoramento participativo que contribuam para a tomada de decisão autônoma dos atingidos, bem como para a avaliação da saúde e vitalidade dos solos, entendido como um organismo vivo dos agroecossistemas. Agradecimentos ao Ministério Público do Trabalho pelo apoio ao projeto.
Palavras-chave agroecologia, manejo e qualidade dos solos, cromatografia de Pfeiffer
Forma de apresentação..... Painel
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