Resumo |
A cidade de Viçosa embora seja um polo educacional e tenha uma das maiores concentrações de doutores e mestres por habitante, também abriga uma realidade de grande desigualdade social, tendo seus bairros mais periféricos considerados como bolsões de pobreza que possuem uma população jovem, entre 7 e 17 anos, carente de atenção e de perspectivas de futuro. Estes jovens vivenciam problemas que emergem do seu contexto socioeconômico: crianças que diariamente passam muitas horas sozinhas em casa ou nas ruas enquanto seus pais trabalham em outros bairros mais centrais da cidade. É nesse contexto socioeconômico que surge o projeto João de Barro, cujo nome simboliza a Arte na Periferia e conta com a parceria da Rebusca, uma instituição filantrópica local. O projeto possui o objetivo de atender crianças e adolescentes no bairro de Nova Viçosa e Posses com o propósito de prevenção da vulnerabilidade social e promoção da cidadania e da arte, cultura e educação empreendedora. Buscando estimular mudanças nas perspectivas de vida de 40 jovens através da arte, cultura e educação, o projeto realiza oficinas de musicalização, violão, empreendedorismo e cerâmica artística. As ações do projeto são focadas em 3 bases: Socioemocional, econômica e ambiental. As oficinas possuem o objetivo de estimular o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, imaginação, memória, concentração, atenção, expressão dos sentimentos, enriquecimento do universo social e contato com a linguagem musical e artística. As oficinas de empreendedorismo trazem a vertente do econômica trabalhando questões de finanças pessoas, economia familiar, comportamentos humanos e noções básicas de negócios, no qual os jovens terão acesso ao assunto e a oportunidade de mudar a realidade familiar e as visões de futuro. Além do contexto social e econômico, o projeto possui papel importante no contexto ambiental: ao utilizar resíduos de tratamento de água (EDTA) para a incorporação da argila nas oficinas de cerâmica. Embora o projeto ainda esteja em andamento impactos positivos são colhidos. Primeiro ressalta-se uma dimensão de apoio familiar. As famílias veem o projeto como algo positivo para o futuro dos filhos e filhas. A mudança de visão de mundo e de perspectiva de futuro dos jovens é algo nítido e o contato com a arte, a cultura e o empreendedorismo, além de agregar na formação humana e emocional tem o potencial de trazer uma dimensão técnica e despertar habilidades competências que os jovens só descobrem no projeto. Espera-se que as cerâmicas produzidas no projeto, pelos próprios jovens possam ser vendidas em eventos da UFV reforçando o processo econômico e pedagógico do projeto. O projeto não quer mudar a realidade dos jovens, mas dotá-los da capacidade de enxergarem seus próprios potencias e assim, tornarem-se protagonistas de sua própria mudança. |