“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 17502

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Extensão
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Medicina veterinária
Setor Departamento de Veterinária
Bolsa Não se Aplica
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro UFV
Primeiro autor Luiza Pinheiro Andrade
Orientador ERNANI PAULINO DO LAGO
Outros membros Ana Carolina Flores Mayorga, Anaïs de Castro Benitez, Caio Augustus Diamantino, Felipe Sperandio de Mattos, Giulia Ornellas Fuzaro Scaléa, Maria Jùlia Fernandes Netto, Vanessa Lopes de Souza, Ytalo Galinari Henriques Schuartz
Título Fasciíte necrosante após trauma por corpo estranho na orofaringe em vaca leiteira: relato de caso
Resumo A fasciíte necrosante é uma infecção bacteriana grave, considerada rara em bovinos. É associada a lesões traumáticas, que inoculam o agente profundamente nos tecidos, causando gangrena e necrose que se difundem rápida e progressivamente pelas fáscias musculares, evoluindo desfavoravelmente e culminando com a morte do animal, por choque endotóxico, perda de líquidos e alterações circulatórias. Objetiva-se relatar um caso de fasciíte necrosante em uma vaca holandesa. Em 23 de junho de 2022, durante aula prática de clínica, foi atendida uma vaca de oito anos, com relato de estar abatida e comendo pouco há 3 dias. Ao exame clínico, observou-se apatia, sialorréia e intenso edema inflamatório submandibular, sem lesão da pele. Os parâmetros foram: temperatura retal de 40°C, frequência cardíaca de 72 bpm, frequência respiratória de 40 mpm e 7 movimentos ruminais a cada 5 minutos. A cavidade oral não tinha alterações visíveis e a língua apresentava motilidade normal. Suspeitou-se de trauma por corpo estranho na orofaringe. Foi recomendado antibacteriano de amplo espectro, antiinfamatório e hidratação, ficando sob observação, com prognóstico reservado. No quinto dia a proprietária optou por doar o animal para o hospital veterinário da UFV, para refinamento do diagnóstico. Mesmo sob tratamento, os sinais clínicos agravaram, conforme segue: anorexia, letargia, extensão do edema para a cabeça, pescoço e peito, desidratação severa, taquicardia e sinais de hipóxia. O exame laboratorial apontou hematócrito de 45%, leucograma global de 55.500 cél/µL, sendo bastonetes (36.075 cél/µL), segmentados (2.775 cél/µL) e linfócitos (15.540 cél/µL). Ao ultrassom, observou-se líquido ao redor da glândula submandibular e adjacências, edema e enfisema subcutâneo na região peitoral e líquido pleural que, quando analisado, revelou presença de hemácias (520.000 cél/µL), células nucleadas (17.800 cél/µL) e numerosas bactérias, sendo bastonetes. O animal morreu no sexto dia. À necropsia havia odor muito fétido e presença acentuada de exsudato subcutâneo sanguinopurulento com intensa necrose nos tecidos submandibulares, seguindo pelas fáscias musculares do pescoço até o peito, envolvendo a musculatura e tecidos adjacentes até a cavidade torácica, onde havia hemotórax, broncopneumonia, pericárdio espessado, esverdeado e com deposição de fibrina e infarto multifocal no miocárdio. Localizado profundamente nos tecidos submandibulares, foi encontrado um corpo estranho rígido, de 1,5 centímetro, de superfície irregular e bordas extremamente cortantes, semelhante a fragmento de concreto. Esse material foi considerado o causador de trauma profundo na orofaringe, que serviu como porta de entrada ao agente infeccioso, que se espalhou pela fáscia muscular até a região torácica, causando o quadro de fasciíte necrosante difusa. A gravidade desta doença e sua evolução rápida para a morte, indicam que maiores estudos devam ser conduzidos para identificar o agente e a melhor forma de tratamento.
Palavras-chave Fasciíte necrosante, vaca leiteira, edema submandibular
Forma de apresentação..... Painel
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