“Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e 96 anos de contribuição da UFV”.

8 a 10 de novembro de 2022

Trabalho 17499

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ecologia
Setor Departamento de Biologia Geral
Bolsa CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Ana Luísa Alves Campolina
Orientador LUCAS NAVARRO PAOLUCCI
Outros membros Rony Peterson Santos Almeida, Vanessa Soares Ribeiro
Título Impactos do fogo sobre a diversidade funcional de formigas da bacia Amazônica
Resumo A porção sul da floresta Amazônica tem sofrido grande pressão antrópica devido ao desmatamento, fator que está diretamente associado ao aumento da ocorrência de incêndios na região. O fogo causa alteração na estrutura da floresta e da fauna associada, gerando efeitos, muitas vezes negativos e irrecuperáveis, sobre a biodiversidade. As formigas constituem um grupo dominante em ambientes tropicais e são amplamente utilizadas como indicadores ambientais por serem organismos sensíveis às perturbações no ambiente. Sabe-se que distúrbios antrópicos como o fogo modificam a estrutura da comunidade de formigas, porém os mecanismos desta mudança não são conhecidos. Nosso objetivo é investigar os mecanismos que levaram as mudanças na comunidade de formiga de uma floresta Amazônica severamente degradado pelo fogo. Além disso, buscamos compreender se a recuperação dessa comunidade ocorre de forma paralela à regeneração dessa floresta. Para isso, utilizamos um experimento de incêndios recorrentes no sul da Amazônia, no município de Querência-MT. Os incêndios experimentais ocorreram em 2004, 2007 e 2010, em uma área de 500 x 1000 m, e causaram a conversão da floresta tropical em uma savana derivada, que hoje encontra-se em um processo de regeneração (tratamento). Paralela a essa, existe uma parcela com tamanho, vegetação e topografia similar não queimada (controle). As formigas foram coletadas nesses locais utilizando 54 pitfalls por área nos anos de 2013 e de 2019. Utilizamos sete atributos funcionais morfológicos medidos em 364 indivíduos de 137 espécies para calcular a riqueza e a redundância funcional. A riqueza funcional foi pelo menos duas vezes maior no controle do que na área experimental, de forma que o fogo em florestas tropicais age como um filtro, selecionando espécies generalistas e, assim, possivelmente reduzindo as funções realizadas pelas formigas. Por outro lado, a riqueza funcional foi cerca de oito vezes maior no ano de 2013 quando comparado com o ano de 2019, o que pode estar associado com o período de coleta das formigas. Em 2013 coletamos na estação seca e, em 2019, na estação chuvosa, o que altera as condições, a disponibilidade de recursos, e as interações entre os indivíduos. A redundância funcional não diferiu entre os tratamentos e os anos de coleta, de forma que as espécies encontradas contribuem de forma particular para a diversidade de funções. As novas condições da floresta, provenientes do distúrbio, parecem representar um filtro ambiental, permitindo que um espectro menor de características funcionais persista nesse ambiente. Em contrapartida, é necessário entender melhor os efeitos do período de coleta e a dissimilaridade funcional das espécies encontradas. Dessa forma, concluímos que o fogo causa efeitos negativos sobre a diversidade funcional de formigas, sugerindo que funções ecossistêmicas desempenhadas por esses organismos são perdidas devido à convergência dos seus atributos funcionais.
Palavras-chave Amazônia, diversidade funcional, fogo
Forma de apresentação..... Painel
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